segunda-feira, fevereiro 27, 2012

 

Velhas receitas. Pouca imaginação!

Diogo Feio, deputado do Parlamento Europeu e mais um daqueles políticos que tem tempo para viagens de avião, dar aulas numa universidade privada, ser comentarista num canal da TV, escrever livros e dizer o que toda a gente já ouviu, debita, hoje no “Público” um slogan paradigmático: “Portugal tem que ser mais alemão do que os alemães”. E com isso pretendia justificar a necessidade de rigor e austeridade.

Esqueceu-se da falta de rigor na bagunçada que envolve a entrega de milhões ao BPN, dos cortes sem critério, dos impostos astronómicos, etc.; e da diferença que tudo isto faz, quando relacionamos esta receita com o funcionamento da Justiça, da Educação, dos salários e protecção social dos trabalhadores da Alemanha. Depois, talvez por falta de tempo para reflexão, desenterra, com uma versão light, um velho slogan: “Cada greve feita pode ser uma mancha na imagem do País” E esclarece: ”os portugueses – oposição e sindicatos incluídos – devem ajudar Governo a afastar-se dos “modelos de laxismo”.


Quem não se lembra do lema de Salazar: “Pela pátria não se regateiam esforços – Tudo pela Pátria, nada contra a pátria”?

O Botas, no seu corporativismo, também não aceitava o velho princípio de Montesquieu de que as leis deveriam promover um modelo de sociedade que tivesse em conta os que mais sofrem. E excluía do princípio (Todos pela Pátria), alguns amigos que tinham o privilégio de, por exemplo, escapar ao esforço de guerra, dando o peito às balas na guerra colonial.

Diogo Feio, numa retórica muito semelhante, também exclui o Governo e os seus apparatchikes desses “modelos de laxismo”, sublinhando apenas “oposição e sindicatos”.

Como se vê, temos deputados quimicamente perfeitas, mas pouco imaginativos!

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