segunda-feira, janeiro 16, 2012
A propósito dos "pedreiros livres"
Está na ribalta a questão dos pedreiros livres. O pensamento iluminista fez da razão a única fonte de certeza e acusou de obscurantismo todas as crenças que não eram elaboradas pela razão. Mas como é impossível, por édito ou mandato policial, impedir que, interiormente, o crente se “religue” ao que o transcende, o espírito religioso vestiu-se de uma racionalidade para poder escapar às acusações fundamentalistas que geravam guerras e perseguições.
No séc. XVII um incêndio, de grandes proporções, destruiu Londres. Atribuiu-se a esse incidente trágico intuitos criminosos que visavam, com a destruição das catedrais, apagar os símbolos das religiões em conflito.
Dizem que, para fugir à conotação religiosa, muitos pedreiros guardaram em segredo os símbolos e ritos que acompanhavam as técnicas de construção de catedrais. O compasso e o esquadro eram, por exemplo, ícones de uma simbologia que atribuía à geometria um papel sagrado e estavam integrados numa narrativa que orientava a construção das catedrais.
Esses pedreiros, que se consideravam livres (independentes das contendas religiosas), foram chamados para reconstruir as catedrais e encararam essa tarefa como uma missão: harmonizar a construção das catedrais com a narrativa do grande arquitecto das almas, o arquitecto de um mundo mais fraterno, mais livre e mais igual.
Vale a pena contemplar com esta referência algumas das grandes catedrais portuguesas.
A beleza esculpida por pedreiros livres, ajudam-nos a compreender uma narrativa que fez a sua história com grandeza e generosidade e é incomensuravelmente diferente dos actuais candongueiros de interesses que se alojaram em células maçónicas.
http://www.rotadascatedrais.com/pt/visitas-virtuais