sábado, janeiro 14, 2012

 

O que será que nos espera?!...

Não se compreende que um Governo seja eleito para ser bom aluno de um grupo que lhe empresta dinheiro. Mas foi isso que traçou a orientação política deste Governo e não o programa que sujeitou aos eleitores. Esta submissão indecorosa tem já consequências inequívocas:

1º - Como alguns previam, os insuportáveis impostos, os elevadíssimos juros dos empréstimos e a ausência de reformas estruturais ( e não à la carte, como tem acontecido!) só poderiam levar a um abaixamento do rating e Portugal, para efeitos de empréstimos, é já considerado lixo;

2º- Nos seis países que sofrem medidas de austeridade (Portugal, Grécia, Irlanda, Estónia, Itália e Espanha), segundo estudos já publicados, o governo do PSD/CDS foi o que procedeu a uma maior disparidade na distribuição dos sacrifícios: os mais pobres perderam 6,1% dos seus rendimentos e os mais ricos apenas 3,9. Além disso, o índice de pobreza em Portugal já ultrapassa 40%.

Sei que há sempre uma retórica para tudo iludir, mas, segundo o Banco de Portugal, a baixa do rendimento da população, entre 2010 e 2013, será mais de10%.

Parte muito significativa dos nossos concidadãos vive, hoje, numa situação de indigência ou perto disso, enquanto os que pertencem à “área de negócios politizados” (como designa Pacheco Pereira) vão aumentando os seus proventos, com salários e lucros escandalosos.

E, agora, com a redução do rating de Portugal a lixo, o que esperarão os mais pobres, os doentes, os desempregados, os reformados e o resto de uma classe média que sobrevive neste aperto de cinto para pagar uma crise de que não têm culpa?

Será que continuamos a ouvir obscenamente proclamar uma “ética da austeridade social”?

Estamos habituados ao cinismo e à falta de vergonha, mas os limites já foram ultrapassados.

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