quinta-feira, setembro 15, 2011

 
Faz, hoje, 32 anos que foi criado o Serviço Nacional de Saúde. Foi, sem sombra de dúvida, a conquista mais generosa e mais humanizante de Abril.

A minha homenagem ao seu criador Dr. António Arnaut, muito mal tratado pelo novo-riquismo político, o daqueles que fazem da disputa política uma disputa por um lugar na mesa do orçamento.

Enquanto os seus delatores cairão rapidamente no esquecimento, o Dr. António Arnaut ficará na História não só pela criação do S.N.S., mas também por ser daqueles que não saiu de ministro para ocupar um lugar de administrador de uma qualquer multinacional ligada à saúde. Pelo contrário, regressou ao seu escritório de advogado, mas, na altura, com menos clientes.

O balanço dos benefícios do Serviço Nacional de Saúde está por fazer e não se pode caminhar para o Futuro sem aprender com os benefícios e erros do passado. Naturalmente, há erros na administração do S.N.S., mas os seus benefícios não deixam pôr em causa a sua importância e os generosos princípios que lhe dão sentido.

Veja-se a qualidade e prontidão de respostas universais nos cuidados de saúde que fizeram a diminuição da taxa de mortalidade infantil, o aumento de esperança de vida e quantos milhares de portugueses não faleceram porque lhes valeu o direito à assistência gratuita na doença.

Não se pode deitar fora a criança com a água que a lavou. Estamos ameaçados por um onda de egoísmo que, em nome do deficit, nos empurra para uma nova barbárie, a de até na saúde “salvar-se quem puder”. E levantam a falácia de que “o privado gere e faz melhor que o Estado” e que é preciso impor o princípio neoliberal do “utilizador/pagador”.

O Estado foi capturado pelos políticos merceeiros que não querem que fique caro viver, que não aceitam que a saúde seja um direito inalienável e o melhor investimento de uma sociedade progressiva e humanizante.

Não se pode olhar para o sistema de saúde como quem olha para a árvore e perde de vista a floresta.

Hoje, lê-se nos jornais que um capitalista português deve 360 milhões de euros à C.G.D., milhões pedidos para investir na compra de um banco. Que faz o Governo para recuperar esse dinheiro que tanta falta faz para que não morram portugueses por falta de assistência?

É que há opções políticas que denunciam ao serviço de quem elas estão.
http://www.youtube.com/watch?v=9wIdQ4DONLg&feature=related

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