sábado, julho 02, 2011

 

A "força da verborreia"!

Li a moção de Francisco Assis. É um conjunto de intenções que se harmonizam com o seu delírio retórico. Intitula-se “A força das Ideias”, mas não se consegue perceber que força terá um conjunto de lugares comuns da esquerda, sempre esquecidos na prática governativa.


Tenho pena que o PS não faça um congresso a reflectir sobre os seus erros (de que Assis foi um empenhado responsável), sobre a sua organização em comunidade, a sua razão de ser e por que esta foi tão desqualificada a partir do seu próprio interior, daqueles que se serviram do partido para ocuparem lugares na mesa do Orçamento.

As instituições, como os partidos, têm uma dignidade própria que lhe dá personalidade e responsabilidade. E não podem ser apenas um instrumento ao serviço das lideranças que, periodicamente, vão tendo. Foi este erro que desqualificou, a partir do seu interior, o PS. E é preciso reflectir sobre esta questão para diagnosticar e corrigir erros.


Não é com o alargar à sociedade civil a escolha de autarcas que se corrige uma enfermidade endémica, não é por se dizer que se combate o neo-liberalismo que o neo-liberalismo é combatido, não é por invocar a história do PS que se respeita as suas raízes, não é por ser moda falar em valores que os valores passam a orientar uma prática, não é por se apostar num slogan que as ideias que o configuram passam a ter força.


É moda falar-se em valores, em ideias, mas não se discute para que servem, nem como brotaram: se brotaram como os cogumelos ou caíram de pára-quedas.


As ideias, os valores, se não enraízam no mundo da vida e não orientam práticas, são vazios.


Não vejo na moção que Assis leva ao Congresso qualquer apoio numa reflexão sobre a praxis, mas apenas o verter no papel os jactos de “verborreia” que fazem o seu estilo. No entanto, tem já os seus apaniguados que lhe tributam, na imprensa, os maiores encómios.


Cabe aos militantes, que querem um Partido credibilizado, entender que entre a “verborreia”, os elogios e a realidade há, por vezes, uma diferença incomensurável.
http://www.parlamentoglobal.pt/parlamentoglobal/actualidade/Partidos/2011/6/22/210611+leia+aqui+a+forca+das+ideias.htm

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