quarta-feira, julho 27, 2011

 

Direito à água, um direito natural.

O Inverno é a estação do frio, das chuvas, do nevoeiro, da neve e do gelo: é época da água.

Nas outras estações a água é um bem escasso. Mas surgimos da água e 65% do nosso peso e 90% do nosso cérebro é água.

O neo-liberalismo marcou a vida por uma visão mercantilista: só o que é escasso ganha valor. Mas os místicos, os poetas, os artistas e os filósofos sempre acharam que a lei da oferta e procura não determina o que é fundamental. Foram, por isso, os primeiros a descobrir na água a força simbólica que precisavam para dar sentido ao envolvimento do homem no mundo.


Desde as civilizações mais remotas, foi conferido à água um duplo significado: umas vezes, simbolizava a morte e o sofrimento; outras, a vida e a alegria. A água esteve, por isso, associada ao que há de mais humano no homem e definiu a qualidade da sua existência. Onde não há água não há vida.


Nas narrações míticas, as águas tenebrosas do mar eram habitadas por um estranho monstro, o Leviatã. Novos leviatãs procuram, agora, privatizar a água, torná-la fonte de rendimento de alguns.

Para os neo-liberais, a água é fonte de lucro, deve ser colocada no mercado da oferta e da procura. Só ganha valor o que produz rendimento e é pelo rendimento, inclusivamente o próprio homem, que deve haver remuneração.

O que não dá rendimento não configura valor: não é um bem para os neo-liberais.

Mas da água emergiram os seres vivos e as fontes de água foram sempre símbolos de vida, esperança e alegria. Logo no início do livro do Génesis diz-se que «Deus era levado sobre as águas» e no Evangelho de S. João a água é fonte de vida eterna: «Mas a água que eu lhe der, virá a ser nele uma fonte de água, que jorre para a vida eterna».


As sociedades organizaram em estados para protegerem os seus bens e dignificarem o homem. É um imperativo do Estado ter o controlo do direito natural do homem à água. Se discorda que tornem este bem (a água) indispensável à vida do homem, tal como o ar, numa propriedade privada, então subscreva esta petição:

http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N11644

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