sábado, maio 14, 2011

 

"Princípio da Reciprocidade"

Ninguém lembra à Senhora Merkel a forma como os 32 biliões de marcos da divida alemã foram resgatados, após a aventura paranóica do criminosos Hitler que teve o apoio do seu povo.


Talvez a fizesse pensar no acordo de Londres, em 1953, e evitasse não só a subida insuportável de juros imposta pela Alemanha (de3% para 5 a 6%) à divida de Portugal, contraída, sobretudo, pela irresponsabilidade socrática (acrescentou mais 82 mil milhões de euros à divida já existente), mas também na ingerência ideológica que o resgate da mesma promove em Portugal.

Não vejo nos debates discutir-se a subversão do modelo económico-social plasmado na nossa Constituição pelo programa da Troika (com despedimentos por inadequação que permitem a lógica do “trabalhador-descartável”, a redução de indemnizações, o aumento do desemprego e da pobreza, etc.).

Salvo o grupo de economistas de Coimbra, jornalistas, comentadores e políticos tomam como um dogma do politicamente correcto as medidas sociais impostas pela Troika.

A senhora Merkel, por respeito pelo “Princípio da Reciprocidade”, deveria ter em conta o que foi ponderado na divida alemã: juros e escalonamento do pagamento adequados às possibilidades de crescimento económico do pagador, sem afectar a justiça social. Podia, inclusivamente, lembrar-se de uma cláusula do acordo de Londres: impedir que voltasse a gerir os dinheiros dos contribuintes quem foi causador da dívida. É o direito à credibilidade do compromisso de pagamento.


Se esta cláusula fosse tida em conta, pelo menos, hoje, muitos de nós, olhando para as sondagens, não estariam com o coração nas mãos a pensar que o “crime” pode compensar.

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