quinta-feira, fevereiro 25, 2010

 

Por Fernando Nobre

Manuel Alegre é uma pessoa que se gosta ouvir, mas já passou a sua horinha na política. É um barão, sem ideias novas numa sociedade sem esperança e num mundo descontrolado. Fala muito em liberdade, mas hoje esse conceito liga-se ao combate à insegurança e ao medo em massa. Não responde ao medo em massa (das crises económicas e financeiras, da instabilidade profissional, do desespero pelo trabalho, dos receios da velhice, das rupturas ambientais, da fragilização do capital social e até da coesão, etc) que se foi instalando, na medida em que a política se preocupa mais com os proventos do poder do que em fazer funcionar as instituições com regras que corrijam o descontrolo. Manuel Alegre é incapaz de promover a dignidade das instituições partidárias (dominadas por barões que formam oligarquias de interesses), pertence ao mundo descontrolado que nos deixou os políticos da sua geração, sem nunca ter sofrido os seus efeitos. Fernando Nobre é o homem que vive por dentro aquilo que Beck chama “sociedade do risco”. É o homem que se precisa. Dizer que é de direita é encontrar um conceito vazio. Direita e esquerda já não é medido pelos padrões da segunda guerra mundial. Há gente de esquerda que está à direita em muitas coisas e o inverso também é verdadeiro. A palavra que hoje se precisa é solidariedade contra o medo, contra a insegurança e Fernando Nobre vive com a sua vida esta palavra.

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