quinta-feira, junho 11, 2009

 

Os exemplos são as referências de que precisamos.

Li o discurso de António Barreto. Vale a pena reflectir nas suas palavras.

Somos, hoje, levados por um caudal de informação que nos dispersa, não nos dá conhecimentos nem desenvolve a sabedoria que nos orienta na vida.

A retórica política é vazia e nada tem a ver com o mundo da vida: vive do espectáculo que nos enjoa, é feita de uma encenação artificial que não responde aos nossos problemas.

O “chico-espertismo” é a deriva desse espectáculo que faz o sucesso no PS, mas não abre horizontes de esperança, não concerta uma vontade colectiva, nem é capaz de nos mobilizar para desígnios. O “chico-espertismo” liquidou a credibilidade do PS.

E, como bem referiu António Barreto, tudo isto tem uma causa: a ausência de rigor; ou seja, de uma cultura do “exemplo”.

Os portugueses precisam de exemplos. Ou melhor, o ser humano só se galvaniza para dar esperança ao futuro, se tiver em quem acreditar, em quem seja capaz de transformar o que diz naquilo que é: num exemplo.

O mal de Sócrates foi o artificialismo, a mania das grandezas, os “fatos de estilistas”, o pensar que as técnicas de marketing convenceriam os portugueses a acreditar que era verdade o que era mentira, que era rigor o que não passava de arrogância, que era substância o que não passava de acidental.

A sua megalomania faz crer que são mais importantes auto-estradas e TGV(s) que comprometerão o nosso futuro do que promover o desenvolvimento de projectos agrícolas que diminuirão a nossa dependência económica.

A Sócrates falta-lhe acertar as palavras com o mundo da vida, o que diz com aquilo que ele próprio é.

O desfasamento de Sócrates não serve de exemplo a ninguém: a quem estuda, a quem exerce uma profissão, a quem cria expectativas sobre um bom governante.

Só o exemplo rasga confiança, traduz sabedoria e serve de referência a um sentido para a nossa vida colectiva. O exemplo entra dentro de nós, saboreámo-lo, torna-se sabedoria e galvaniza a nossa vontade colectiva para os desafios do futuro.

É o saber dar exemplo que, de facto, nos falta; e é a ausência desse valor que faz a profunda crise em que vivemos.

Comments:
Apoiado!

Abraço
 
Obrigado Amigo. Aparece mais vezes.
 
De facto a arrogância é a marca deste governo e a incompetência também desde o "jamais" até ao "farinha maizena". Temos que glosar um pouco com o tema senão morremos de tédio e de estupidez. Valha-nos Deus, para ainda ter de suportar o tempo que nos falta correr com estes incapazes...
 
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