quarta-feira, fevereiro 18, 2009

 

Freeport mexe-se para não estar parado.

O chamado caso Freeport está a mexer-se, depois de quatro anos em banho-maria. Todos percebemos por que acontecem casos como o do Freeport. Não só nas campanhas internas como nas outras, os partidos fazem depender o sucesso eleitoral da imagem de força, pujança e grandiosidade que criam. Gastam-se, por isso, balúrdios em todas as campanhas e a fiscalização sobre esse financiamento nunca funciona. E ninguém duvidará que esse financiamento só é possível com promessas de favores entre os partidos e “investidores”.

Naturalmente, os partidos não falam por si e quem fala por eles é quem os dirige e pode vir a governar o país. É, por isso, sempre possível que quem trafique favores cobre a sua própria percentagem e até se habitue à mesma. Quando se fala em corrupção, o que vem á mente é isto mesmo.

Não sei se foi isso que aconteceu ou não com o caso Freeport e também duvido muito que o seu desfecho tenha qualquer consequência. O que sei é que a fumaça do caso, não deveria levar a procedimentos como o da avestruz, metendo a cabeça na areia, ou, então, desenvolvendo ridículas estratégias de vitimização. O que se esperava, em nome da transparência no funcionamento das instituições, é que se fizessem reformas que permitissem que a justiça funcionasse, os partidos não fossem a única forma de representação dos eleitores e se desenvolvesse uma cultura de responsabilidade política e cívica que substituisse a do "chico-espertismo".

Os partidos, sobretudo do bloco central, são guiados por um pragmatismo sem qualquer sentido ético, quer no que diz respeito ao sentido de Estado, quer no que diz respeito ao bem-comum. E é dos partidos que “surgem” os que nos governam.

Comments:
Nem no Ministério Público se pode confiar!

Como há dias escrevi lá na minnha folha, o Presidente da Vodafone, António Carrapatoso, a propósito da crise que aí vai, afirmou, ao "Público", que "Portugal soma à actual crise internacional uma crise interna que há muito perdura. Esta assenta numa sociedade rígida pouco aberta, pouco transparente e pouco flexível, que vai perdendo competitividade relativa. Num Estado cada vez mais abrangente e interventor mas que falha nas suas atribuições fundamentais. Um Estado que permite uma elevada promiscuidade entre os poderes políticos e económicos e outros interesses corporativos, e que não promove os incentivos motivadores dos comportamentos mais adequados dos cidadãos e instituições."

Mas fiquei por momentos confuso: pensei que ele estava a falar do antigo regime. Afinal, estava a referir-se ao Portugal do 25 de Abril. "Ele" há coisas! Quem diria!

Confesso que é triste...
 
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