sábado, novembro 08, 2008

 

Unidos, contra a estupidez

Os professores mais uma vez manifestam-se, hoje, na rua contra este Ministério da Educação, incompetente e arrogante. A reacção deste Governo já se adivinha: procurará iludir o País com a demagogia de circunstância: se os professores não querem esta avaliação, é porque não querem nenhuma. O pior, mesmo o mais dramático, é que o País, a sociedade civil, está distraída e não percebe que nesta luta dos professores não está só em causa uma avaliação estúpida e sem sentido, mas também o direito da geração dos seus próprios filhos à esperança no Futuro

Hoje, a escola é um lugar de risco e de suplício. Os professores não têm tempo para fazerem o que devem fazer. Nada lhes pode “sair de dentro”, isto é do que faz parte do exercício de uma profissão: dar testemunho (“professar”) de um saber (para ensinar) e de um viver (para educar).

O exercício de ensinar é, por natureza, a dedicação a uma causa. Mas o que este Ministério exige aos professores é que gastem o tempo entre papelada confusa, a preencher fichas de avaliação copiadas de países que já as abandonaram e a cumprir objectivos estatísticos: os que fazem parte do “folclore” político. E há uma justificação para que isso aconteça: procurem conhecer os currículos dos que compõem o ministério e as direcções escolares. Quase todos eles nunca foram verdadeiramente professores, mas fizeram, no intervalo da política, uns “biscates” numas escolas. Daí não entenderem as consequências da irracionalidade burocrática que criaram.

Parafraseando um ditado, poderíamos dizer: diz-me qual é a qualidade dos que compõem este ministério da educação e dir-te-ei a qualidade do ambiente que tens nas escolas. Se o País não entende que isto é dramático, é porque não quer saber do direito ao futuro dos seus próprios filhos.

Comments:
aprecio a conclusão... mas não subscrevo todos os considerandos.
os professores não são "virgens impolutas"...

abraços
 
Nem foi isso que escrevi. Com 36 anos de trabalho no ensino, passando por todos os níveis, sei isso muito bem. Mas a questão é outra: saber se esta avaliação, com professores que só por terem ocupado cargos (tantas vezes para se libertarem dos alunos) avaliam os seus pares e muitas vezes o professor de trabalhos manuais a avaliar o professor de filosofia. É uma avaliação de pernas para o ar, gerando nas escolas conflitos que, naturalmente, se reflectem no desânimo e na fuga. Veja-se o número de professores que todos os dias pedem a aposentação.

Já não aguento com a demagogia desta Ministra e deste Sócrates.
 
Nem foi isso que escrevi. Com 36 anos de trabalho no ensino, passando por todos os níveis, sei isso muito bem. Mas a questão é outra: saber se esta avaliação, com professores que só por terem ocupado cargos (tantas vezes para se libertarem dos alunos) avaliam os seus pares e muitas vezes o professor de trabalhos manuais a avaliar o professor de filosofia. É uma avaliação de pernas para o ar, gerando nas escolas conflitos que, naturalmente, se reflectem no desânimo e na fuga. Veja-se o número de professores que todos os dias pedem a aposentação.

Já não aguento com a demagogia desta Ministra e deste Sócrates.
 
Peço desculpa por ligeira discórdia
mas sentir-me-ia pouco confortável se não acrescentasse algo.

Recordo aqui a Regionalização.
Todos eram a favor, sem restrições.
Depois, por causa do modelo a prosseguir, gerou-se uma discórdia tal, que alguns, com má fé notória, passaram a desdizer o que antes tinham dito (Cavaco incluído...):

1 -Que a Regionalização era fonte de despesismo, de corrupção, de burocracia, de problemas infindos... Um proliferar de «Terreiros do Paço»...

2- Não valia a pena o trabalho de a levar avante.

AGORA, mutatis mutandis, passa-se algo similar.

A avaliação não está em causa, o que está em causa é o modelo, a praxis, o modus operandi!...

O certo é que não se podem seguir modelos segundo o critério individual, cada cabeça cada sentença!

Então, a pretexto de se não concordar com o medelo, é-se contra a avaliação!
Acredito que haja dificuldades, como essa de um professor de uma certa área avaliar outro de uma área diversa e até pouco conforme ao seu status cultural.

Mas a própria avaliação prevê situações dessas, recursos, medidas correctivas atempadamente implementadas e denunciadas.

Espero que isto não sirva só para "botabaixismo" acéfalo e folclórico, como tantas vezes vê por aí!

Nota: Não sou professor. A minha área é contabilidade e economia.

Não tenho partido político, mas tomo partido pela democracia. Procuro ser militante dela, à minha maneira.
 
O problema é que sobre a mesma questão pode haver interpretações distintas. Eu posso ser a favor de um tipo de regionalização e não a favor de outro, o mesmo acontece com a avaliação. O diálogo é precisamente para saber o que queremos dizer, quando falamos da regionalização ou e avaliação.

O Ministério da Educação tornou-se o senhor da verdade sobre o conceito de avaliação e isso não o separa de todos os ministérios de regimes totalitários.

Agora, até já diz que s sindicatos não são credíveis. Eu, que já sou velhinho, lembro-me dos tempos em que se dizia isso. Agora não esperava que o PS fizesse esse tipo de julgamento
 
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