quarta-feira, outubro 29, 2008
A solidão e sua porta
Quando mais nada resistir que valha
a pena de viver e a dor de amar
e quando nada mais interessar
(nem o torpor do sono que se espalha)
Quando, pelo desuso da navalha
a barba livremente caminhar
e até Deus em silêncio se afastar
deixando-te sozinha na batalha
e arquitectar na sombra a despedida
do mundo que te foi contraditório,
lembra-te que afinal te resta a vida
com tudo que é solvente e provisório
e de que ainda tens saída:
entrar no acaso e amar o transitório
Carlos Pena Filho
a pena de viver e a dor de amar
e quando nada mais interessar
(nem o torpor do sono que se espalha)
Quando, pelo desuso da navalha
a barba livremente caminhar
e até Deus em silêncio se afastar
deixando-te sozinha na batalha
e arquitectar na sombra a despedida
do mundo que te foi contraditório,
lembra-te que afinal te resta a vida
com tudo que é solvente e provisório
e de que ainda tens saída:
entrar no acaso e amar o transitório
Carlos Pena Filho