segunda-feira, agosto 18, 2008

 

Abrigo de Montanha

Está de parabéns a Associação dos Amigos do Rio Ovelha e o actual presidente da Câmara do Marco.

O aproveitamento da antiga escola primária da Venda da Giesta, na Serra da Aboboreira, para aí instalar um “Abrigo de Montanha”, com camaratas, salas e cozinha, para apoio dos caminheiros (desejosos de percorrer os trilhos já assinalados na Serra) ou de escolas, grupos de jovens, escuteiros ou ecologistas, que pretendam aprofundar uma cultura ambiental, é um sinal claro de mudança de paradigma na gestão do Concelho do Marco.

E era bem preciso esse evento. Vivemos um tempo em que o divórcio entre o homem e a natureza criou desequilíbrios ambientais que se tornaram numa ameaça crescente à qualidade de vida. Não há esperança no Futuro sem o reencontro do homem com a terra. E esse reencontro faz-se pela educação ambiental que promove o gosto pela natureza, a defesa do planeamento do território, o respeito pela diversidade e a identificação de fraquezas ambientais (geradoras de riscos de saúde).

Desenvolve, ainda, a necessidade de contrariar a ganância do imobiliário que destruiu ecossistemas, desorganizou o território, enxameou as autarquias de estradões (sem aproveitamento) que romperam lençóis freáticos e permitiram uma construção desordenada que o contribuinte (muitas vezes sem o saber) vai pagando com acréscimos de custos em infra-estruturas para condução de energia, abastecimento de água e esgotos. Já não falamos nos custos que resultam na degradação da qualidade de vida e criam obstáculos às potencialidades turísticas.

A criação do Abrigo de Montanha é sinal de novos tempos, tempos que privilegiam a educação ambiental. Só com esta se pode ganhar consciência da diferença entre crescimento e desenvolvimento de um concelho; se pode demarcar o que agrada aos basbaques, é rasca e feito a granel, do que é apanágio do bom-gosto e dos bons costumes, integrando na dimensão social e ambiental a qualidade de vida.

Precisamos de colocar a vida e não o dinheiro fácil no centro das preocupações políticas. E isso só acontece com uma educação ambiental que promova a harmonia entre os bons costumes e o bom-gosto.

O Abrigo da Montanha representa o renascimento duma velha escola, já não para ensinar a ler e a contar, mas para fazer respeitar as leis da ecologia:

1ª-Lei da interdependência: estabelece que todas as formas de vida são interdependentes.
2ª-Lei da estabilidade: a harmonia ecológica depende da diversidade.
3ª-Lei da limitação: todas as matérias-primas são limitadas e existem limites no desenvolvimento de todos os sistemas vivos.

Os meus votos são para que esta Escola renascida na Venda da Giesta se torne na universidade da pesquisa da sustentabilidade ambiental para a qualidade de vida.

Parabéns à Associação dos Amigos do Rio de Ovelha pelas suas preocupações ecológicas e parabéns ao Presidente da Câmara do Marco pelo apoio que lhes dá e por ter rompido com a pacóvia vulgaridade populista de fazer do futebol o único “princípio e fim de todas as coisas”.

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