sexta-feira, junho 13, 2008

 

Um “não” previsível!

O “Não”ao Tratado de Lisboa pelo referendo na Irlanda era previsível. E só veio confirmar que estavam certos os que acusavam os governos, que não sujeitaram o Tratado a um referendo, de recearem a manifestação da vontade dos seus respectivos povos.

Afinal os governos sentiam o que sente a maioria dos cidadãos da Europa: não há uma Europa para cidadãos, mas para alguns, os que "ganharam um taxo" e os que representam os interesses dos poderosos grupos económicos da Alemanha, Itália e França.

As classes médias que se dedicam á agricultura, ao comércio ou à actividade empresarial, sentem-se cada vez mais reféns duma minoria de poderosos que falam em nome de cerca de 500 milhões de cidadãos, mas não os ouve. Por ironia do destino, quando essa minoria de poderosos teve de ouvir uma minoria de cidadãos, pouco mais de três milhões de irlandeses, escutou um redondo NÃO.

Sócrates não pode, agora, dizer "está porreiro pá!" Ficou em causa (como ele diz) a sua "carreira política", mas não é isso que incomoda os cidadãos europeus.


Esperamos que este “Não” obrigue aos 27 governos a avaliarem as consequências de uma Europa que está acima dos problemas reais dos seus povos e pensa as questões sociais apenas para retóricas de circunstância.

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