segunda-feira, junho 23, 2008
No seu aniversário (1889-1966)
Eu, porém, aviso-vos
Que vivo pela última vez.
Nem de andorinha, nem de plátano,
Nem de canavial, nem de estrela,
Nem de água de uma fonte,
Nem de repicar dos sinos —
Virei perturbar as pessoas
E os sonhos alheios visitar
Com um gemido insaciado.
Anna Akmhatova, Poemas,
Que vivo pela última vez.
Nem de andorinha, nem de plátano,
Nem de canavial, nem de estrela,
Nem de água de uma fonte,
Nem de repicar dos sinos —
Virei perturbar as pessoas
E os sonhos alheios visitar
Com um gemido insaciado.
Anna Akmhatova, Poemas,
Tradução de Joaquim Manuel Magalhães e Vadim Demitriev,
Edições Cotovia, 1992.