terça-feira, junho 10, 2008

 

“Dia da Raça”?!...

O Presidente da República chamou ao 10 de Junho, “Dia da Raça”.

Não se percebe de que “raça” quererá falar Cavaco Silva. Por que será que não lhe chamou “Dia de Portugal” ou “Dia de Camões”?!...

É certo que Cavaco Silva já confidenciou que só leu o Canto Nono dos Lusíadas, mas isso já chegava para descobrir que até na Ilha dos Amores os preconceitos de raça tinham desaparecido.

Compreende-se que o regime de Salazar quisesse utilizar o 10 de Junho para fazer propaganda do “império colonial”, fazendo crer que havia a raça do povo português, superior aos outros povos.

Mas, agora, que superioridade podemos propagandear: somos comandados por Bruxelas, temos o maior desequilíbrio entre ricos e pobres, somos governados por um socialismo de tipo africano, não possuímos uma ideia que dê esperança ao futuro dos nossos filhos, continuamos a ser a Nação que, como dizia um Imperador Romano, não governa nem se deixa governar, trocamos o Algarve pelo Allgarve, os valores que dominam entre nós são o do “chico-espertismo” e só ao nível da Selecção é que a bola funciona melhor.

Mas até na bola Deco e Pepe foram nacionalizados e Scolari, o único que faz peito de raça, é o brasileiro mais típico da mestiçagem.

Comments:
Caro Amigo, como refiro num postal lá na minha folha, para Conceição Meireles, especialista em História Contemporânea da Faculdade de Letras da Universidade do Porto,
o conceito de raça no Estado Novo deverá ser entendido no sentido em que significa “um povo diferente, aparentemente frágil, mas com valores que lhe permitiram grandes realizações”. Mais... só lendo tudinho...

Na medida do possível, um feriado pelo menos em aconchego, ok?
 
Origado. Vou até Amarante. Tenho lá uns amigos com quem discuto as "grandes questões do nosso tempo". Estou como aqueles indigenas que faziam um circo e daí não saiam. O meu circo à semana passa pela Praça da Liberdade, nos dias do senhor ou de Porugal vai até Amarante.

Um abraço
 
Boa tertúlia!
 
"(...) Porque «raça», aqui, não representa características genéticas eventualmente superiores. É entendido no sentido em que era usado no século XVI, significando gesta, povo, colectivo. Está nos Lusíadas, meu Deus. É um simbolo de identidade colectiva de nação, única, individual. O regime de Salazar (ou «fascista» como lhes dá mais gozo) nos seus tremendos erros, pelo menos evitou a questão rácica a la Gobineau, talvez mesmo pelo sentido de ridiculo que isso lhe traria. Que o prof. Fernando Rosas evite essa abordagem que ele conhece melhor do que todos é prova evidente de má-fé e de desejo patético de marcar agenda. Por outro lado, sendo um cavalheiro filiado num partido internacionalista que acredita em «igualdade» sem fronteiras por oposição a «liberdade» dá-lhe atenuantes. A raça, caro professor Rosas, neste contexto somos nós - os Tugas, o Manuel Bento, o Nicolau Breyner, os taxistas, eu, o senhor. Tudo o resto é má-fé e o costumeiro arraial folclórico de argumentos. Começa a não haver pachorra, caramba. Arranjem uma vidinha, sim? Ou ponham o Skoda no Rossio. Qualquer coisa, mas tenham vergonha." - Fonte: 31 da Armada

Primo de Amarante: Percebeu agora ou quer que lhe faça um desenho? Ah! E já agora, se calhar é melhor BANIR ou reescrever (à típica maneira estalinista) os "Lusíadas", não? É porque é lá mencionado "raça"... ui! O DRAMA, O HORROR!!

Que palhaçada!
 
Interessante: raça = gesta!!!...E era isso que Salazar queria dizer. Interessantissimo!...

O senhor anónimo foi ao fundo da questão e com originalidade. Ainda bem que procura lavar o conceito, dando-lhe o significado de gesta! É original!

Poderia procurar uma solução mais recente. No futebol, p.ex., diz-se que "jogaram com raça". Aqui significa "garra". O Salazar, como sabe, jogava como lateral direito e sempre utilizou o termo raça com este sentido. Não tenha dúvidas, senhor anónimas. É tão certo como a sua coragem de “anónimo”!
 
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