segunda-feira, março 10, 2008

 

Será que me responde?

Olho, confuso, o percurso do seu mandato.
Para onde vai? Por onde vai? Porque vai?
Tento encontrar a razão,
O significado, a sensação.
Perco-me no percorrer incerto
Da incerteza da sua direcção.
Que vejo? Que sinto? Onde para?
Agito a alma,
Fervilho o pensamento,
Incendeio o coração.
Quero segui-lo.
Preciso do mesmo trajecto
Que segue a minha razão.
Atraiçoa-me. Ofende-me.
Questiona-me?
Por que está cinicamente sorrindo-se de mim?
Quer ter o prazer de dirigir o meu caminho?
Engano. Engano o seu.
Não nos revemos. Não nos completamos.
Vejo em si o não sorriso,
O meu desencanto.
Vejo em si o meu repúdio,
A mediocridade.
Vê em mim, talvez, a ansiedade.
Vejo em si o reflexo inseguro
Da transparência de um querer.
Será ser sem alma?
Percurso certo de dor madura?
É, sem dúvida, os vários reflexos
Dos caminhos que a minha vida não toma.
Confronta-me. Agita-me.
Inquieta-me.
Agonia-me.
Será que me responde?

Carlos Pedro de Vasconcelos

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