domingo, março 09, 2008

 

Lamentável!!!

A Ministra da Educação não tem nível para ocupar o cargo que desempenha. E não se compreende que tenha uma formação de socióloga!

O seu atrevido cinismo de repetir até à azia que compreende o descontentamento dos professores, porque “agora têm mais alunos, são obrigados a estar mais tempo na escola, trabalham mais e lhes é exigido mais” é insuportável.

A Ministra sabe que o problema não é esse e que a sua tirada é demagógica e já não consegue ter eco nos portugueses que desconhecem o que se passa nas escolas. Insistir nessa tecla seria de desonestidade intelectual se lhe fosse reconhecida inteligência para compreender o significado da grande manifestação de professores que ontem se realizou.

O problema das escolas está, hoje, luminosamente exposto num notável artigo do “Público” intitulado “Política educativa: uma estranha coerência”, escrito pelo prestigiado Prof. Dr. José Madureira Pinto, Catedrático da Faculdade de Economia do Porto, ex-conselheiro do ex-presidente Jorge Sampaio.

Não haverá ninguém que explique à Ministra o que diz o Professor Madureira Pinto?!...
http://especial.sapo.pt/multimedia/galeria_de_fotos/app/index.html?path=marchaindignacao

Comments:
8 de Março de 2008...
Estive lá...
Manifestei-me...
Percorri Lisboa e cheirei o mesmo ar de Abril de 74...
Gritei palavras de ordem, com a alma triste de um português traído, enganado e indignado.
Vi muitos cravos em mãos sofridas, percebi olhares perdidos de ilusão, escutei pensamentos cansados de promessas, cantei canções de intervenção e... sofri, sofri porque me lembrei dos ideais que partilhei na juventude com muitos políticos do momento, que hoje, tranquila e desavergonhadamente, vivem à custa do povo de quem sempre falaram e não respeitaram.
Mas ainda é tempo de virmos para a rua e gritarmos...
 
(Poema dedicado à Ministra da Educação de um País profundamente ferido de incompetência e injustiça)


Será que me responde?

Olho, confuso, o percurso do seu mandato.
Para onde vai? Por onde vai? Porque vai?
Tento encontrar a razão,
O significado, a sensação.
Perco-me no percorrer incerto
Da incerteza da sua direcção.
Que vejo? Que sinto? Onde para?
Agito a alma,
Fervilho o pensamento,
Incendeio o coração.
Quero segui-lo.
Preciso do mesmo trajecto
Que segue a minha razão.
Atraiçoa-me. Ofende-me.
Questiona-me?
Por que está cinicamente sorrindo-se de mim?
Quer ter o prazer de dirigir o meu caminho?
Engano. Engano o seu.
Não nos revemos. Não nos completamos.
Vejo em si o não sorriso,
O meu desencanto.
Vejo em si o meu repúdio,
A mediocridade.
Vê em mim, talvez, a ansiedade.
Vejo em si o reflexo inseguro
Da transparência de um querer.
Será ser sem alma?
Percurso certo de dor madura?
É, sem dúvida, os vários reflexos
Dos caminhos que a minha vida não toma.
Confronta-me. Agita-me.
Inquieta-me.
Agonia-me.

Será que me responde?


Carlos Pedro de Vasconcelos *



* Professor da Escola Secundária António Nobre (Porto)
 
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