sexta-feira, fevereiro 22, 2008

 

SEDES diagnostica mal-estar entre os portugueses

Quem ouve Sócrates a falar do País não sabe de que país fala. Fala dos portugueses, como se os portugueses não fossem todos aqueles que, no dia a dia que passa, não tivessem problemas de saúde, de emprego, de justiça, de qualidade de vida, de incerteza e de desespero. Apela à mobilização dos portugueses, mas são os interesses privados que são privilegiados em relação ao bem-comum, é a arrogância que se sobrepõe ao diálogo e não se percebe que em democracia haja uma incapacidade de se compreender a máxima que caracteriza a vida democrática: «aquilo que se faz para as pessoas não pode ser feito sem as pessoas».

Sócrates fala, fala, fala… mas já ninguém o consegue ouvir. Sente-se, hoje, na sociedade portuguesa um mal-estar que, como diz a SEDES, é difuso, alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional. E isso tem a ver com o distanciamento dos políticos em relação aos cidadãos, a corrupção, a mediocridade reconhecida nos políticos e o darwinismo social que vai cavando o abismo entre ricos cada vez mais ricos e em menor número e pobres cada vez mais pobres e em maior número.

Há um cinismo cruel, quando se convida os portugueses a trabalhar e, ao mesmo tempo, lhes é negado o direito à realização pessoal pelo trabalho ou a esperança no futuro. Hoje, o trabalho é o desespero do dia a dia: ninguém está motivado para o que faz! O desencanto e a ausência de esperança nunca estiveram tão dramaticamente presentes na maioria dos portugueses como, hoje, estão.

Sócrates, o Presidente da República, o Governo e os Partidos metem a cabeça na areia para não verem a realidade. Mas, o País real está aí e o relatório da SEDES não deixa dúvidas.

O pior pode acontecer e não é só a SEDES que diagnostica esta situação. O mal-estar caminha e não se vê saída.
http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?headline=98&visual=25&article=328286&tema=27

Comments:
Quando a margem esquerda se apoia na margem direita para ilustrar as próprias ideias, estamos seguramente perante uma confusão de margens.
 
Se na direita há quem almoce, porque almoça, senhor anónimo?!...

Sabe, eu não penso que a mesa do orçamento dos contribuintes é só da esquerda, porque é o PS (poderia chamar-se Albertina, já que actualmente nada tem a ver com as suas raízes) que está a servir à mesa..

Também é curioso que "ser anónimo" seja muito de esquerda! de "esquerda")
 
A concepção de que ser de esquerda é apenas uma questão ideológica foi sempre um pressuposto da direita.

Ser de esquerda é colocar-se no lugar dos que sofrem (e desejar que toda a gente esteja nesse lado) e não brandir (de forma autista) um cartão dum partido.

Quando se confunde o cartão do partido com o ser de esquerda, dá sempre maus resultados. Basta ver o que em nome da esquerda foi feito por esse mundo fora.

Mas parece que há quem não aprenda com a história e não se sinta confundido nem se importe, quando por cá, um partido dito socialista, esteja a ter a noção de socialismo que em África têm governos que também se dizem socialistas.
 
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
 
Um "democrata" anónimo tentou bloquer a possibilidade de aqui se poder colocar comentários.

Mas este espaço é livre e, por isso, aberto a pessoas decentes.

Depois, de meia-hora, consegui limpar o abjecto comentário.
 
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