quinta-feira, fevereiro 07, 2008

 

Honestidade intelectual

Finalmente, há quem diga alto e bom som que temos de deixar aquela mentalidade pacóvia, de esconder debaixo do tapete as dúvidas e incertezas só para fazer crer (lá fora ou cá dentro) que somos "cabeças bem-pensantes" e que a “linha justa” está só connosco. E nessa mentalidade pouco importa as vítimas da “linha justa”. O povoléu, a quem se dirige as "cabeças bem-pensantes", até gosta de ver sangue e sofrimento, porque nunca aprendeu a colocar-se no lugar de quem está a sofrer e sente o martírio da injustiça.

Contrariando os analistas de serviço (cabças bem-pensantes) que enxameiam os meios de comunicação (repetindo-se uns aos outros) o ex-bastonário da Ordem dos Advogados, Rogério Alves, acaba de aplaudir o desabafo de Alípio Ribeiro, Director Nacional da Polícia Judiciária, que considerou poder ter sido precipitada a condição de arguido aplicada aos pais de Madeleine McCann.

E acrescenta: «Eu fico surpreendido como é que uma afirmação feita pelo director da PJ (...) sobre o dia-a-dia da investigação criminal [a constituição de arguidos] faz com que "caia o Carmo e a Trindade" e se peça a sua demissão».


E, para sublinhar a honestidade intelectual de Alípio Ribeiro, lembra: «todos os dias há pessoas que são constituídas arguidas e não são acusadas, outras vezes são acusadas e não são pronunciadas ou então são pronunciadas e são absolvidas, pelo que a afirmação de Alípio Ribeiro teve toda a honestidade intelectual».

Comments:
curiosa coincidência: Rogério Alves é advogado dos...arguidos!

Coincidências à parte, as razões do rebuliço não são bem essas que se referem no post... pois não compadre?
 
Sim, mas isso não lhe tira o direito de pensar que o que pensa. Não creio que a razão possa ser sempre instrumental.

Ao pensar como Rogério Alves não posso ser acusado de estar envolvido na defesa dos McCanns.
 
Queria dizer �Sim, mas isso n�o lhe tira o direito de pensar o que pensa�.

Julgo que a teoria da conspira�o, que leva a acreditar que em tudo h� um segundo sentido, n�o pode ser universalizada a todos os casos.
 
Não sei o que está a acontecer com o meu computador. Reparo que a minha escrita ficou muito esfrangalhada. Bem, sempre desconfiei das letras que ficam muito direitinhas, mas não era para o teclado deixar a minha escrita nesse estado. De qualquer forma, o que eu queria dizer é que Rogério Alves coloca lógica na sua argumentação, enquanto que as “cabeças bem-pensantes” colocam falácias: generalizam a “precipitação” para com isso dizerem que essa palavra se descredibilizou a PJ. Não lhes interessa a preocupação com a verdade e o valor da dignidade da pessoa humana.

É interessante verificar inclusivamente que há partidos, como o CDS, a pedirem, por causa do conceito de "precipitação", explicações no Parlamento ao Ministro da Justiça e não pedem explicações por que é que Ferreira Torres vê, como muitos outros, os seus crimes prescritos, ou porque que acontecem 300 despachos pela madrugado do último dia de um seu ex-ministro,Telmo Correia, etc. etc.
 
Compadre:
Rogério Alves disse o que mais lhe convinha. E bem, claro, na sua qualidade de advogado do pais Mc.
Sobre o que disse o Dr. Alípio já sabe o que acho. E também sabe que eu o estimo.
 
Penso que Rogério Alves não está diminuído no direito a ter opinião, por ser advogado dos pais de Maddie. Por outro lado, penso que se Rogério Alves quisesse tirar partido da declaração do Dir..Nac da PJ seria melhor estar calado, pois, como pessoa inteligente, percebe que, nessa condição, não interessava ser ele a defender o Dir. Nac da PJ.

Não penso, por isso, que ele tenha dito o que "mais lhe convinha" e não o que é evidente para um cidadão e muito mais para um advogado e ex-bastonário. Se pensarmos friamente, toda a gente admite que nenhuma polícia está impedida de se precipitar. E é natural que a esta distância até um Dir.Nac. da PJ diga isso. Só lhe ficava mal, se atribuísse à polícia o dom da infalibilidade.

Aliás penso que isto é demasiado evidente, independente da consideração que possamos ter pelo Dr Alípio.
 
Eu só gostava de saber porque é que o Sr. Alípio Ribeiro não disse à jornalista "sobre esse processo em curso não falo"? Não seria essa a melhor atitude? A PJ não pode falar, está de mãos atadas devido ao segredo de justiça, não têm um PR nem um gabinete de imprensa eficaz sequer, no entanto o Sr. Alípio Ribeiro na qualidade de Director da PJ (leia-se não de cidadão) já deu entrevistas ao Público, ao El País, ao Expresso, opinou no Prós e Contras, na Sociedade das Nações, e sei lá mais aonde. Era um teste para ver as reacções dos McCann, dos Portugueses? Mas como? É absolutamente irresponsável esta atitude. O director-nacional da PJ não deve dar entrevistas, muito menos sabendo que essas entrevistas vão ter uma enorme repercussão internacional, está em causa a imagem de Portugal no mundo, o profissionalismo da PJ e as contribuições dos Portugueses – ainda por cima tendo conhecimento, Alípio e eventualmente o resto do mundo ocidental, a batalha de difamação, tipo eles contra nós, e toda a xenofobia, racismo e spin iniciados e apadrinhados pelos media e governo Ingleses. A atitude do ministro Alberto Costa em apoiar e reiterar a confiança em Alípio é de facto bizarra, no mínimo naive. Então vejamos, Alípio Ribeiro o homem que nos últimos 9 meses pediu contenção, reserva aos seus homens, calma a Portugal, o homem que mede milimetricamente tudo o que diz e que prudentemente enrola a conversa sem dizer o que os jornalistas querem realmente saber, desculpa-se que se sentiu pressionado pela jornalista? E que cometeu uma gaffe? E agora a segunda desculpa é a do “teste”? Como é que se atrevem a tentar fazer de nós todos lorpas? Até agora confiávamos que a PJ estivesse a fazer o seu trabalho a aguardar pelas respostas das cartas rogatórias, numa semana tudo muda, mesmo assim nós as “sardinhas” calamo-nos. Mas agora chega! Esta é a gota de água! Perdemos toda a confiança política, a confiança em quem nos lidera, a confiança em quem nos deve proteger, e esta confiança traduz-se por votos e impostos. São necessárias explicações, da Procuradoria, do Ministério Público, do Ministério da Justiça e do Home Office no atraso das cartas rogatórias e nas pressões efectuadas à PJ. Queremos resultados, a verdade e a justiça porque merecemos, porque estamos cansados de sermos aviltados por gente sem cultura, ignóbeis, vindos de uma País que exporta pedófilos e negligentes, porque este caso não pode ser mais um como o caso da Joana Cipriano, do Rui Pedro, da Sofia, da Cláudia, do Rui Pereira e por todas as outras crianças desaparecidas no nosso país. Para que não volte a acontecer, para que futuros “McCanns e amigos” não deixem crianças de três e dois anos sozinhas, noite após noite num apartamento aberto, para que não se instaure o precedente que em Portugal apesar de ilegal pode ser negligente, egoísta e abusar as crianças impunemente. Haja responsabilidade!

http://joana-morais.blogspot.com/
 
O que � que foi revelado do processo?!...

�Precipita�o� n�o � um conceito constituinte de factos em segredo, mas uma avalia�o de processos.

E processos dizem respeito apenas a m�todos de trabalho e � bom que se ponham estes em causa. Aprende-se com os erros.

� luz do novo c�digo nem sequer o casal McCann tinha sido arguido!
 
Continuo a não saber o que se passa com a “caligrafia” do meu computador.

Penso que é muito forçado dizer-se que os McCanns e amigos deixaram crianças de três e dois anos sozinhas, noite após noite, num apartamento aberto.

Que sabemos das intenções e preocupações dos McCanns para os poder julgar?!...

O discurso que pressupõe uma superioridade moral para julgar as intenções dos outros não só é imprudente como pode ser terrivelmente injusto.

Parece-me mais humana uma postura que pressuponha que, tal como nós, todos os outros pais são, em princípio, bons pais, preocupados com os seus filhos e conscientes dos padrões de responsabilidade que (em contextos culturais eventualmente diferentes) devem orientar pessoas civilizadas.
 
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