segunda-feira, fevereiro 18, 2008

 

Espelho meu!... Espelho meu: haverá alguém mais belo e melhor do que eu?!...

Desisti de continuar a ouvir a entrevista de Sócrates à SIC. Nada mais cansativo do que ouvir o Primeiro-ministro a repetir o mesmo que em outras ocasiões já repetiu. Fala para se ouvir. E segue a velha estratégia de desviar as questões que lhe são colocadas para o que quer “metralhar”no auditório. Pede muitas vezes desculpa para o deixarem falar e acentua que nada lhe daria mais gosto do que fazer o que não faz. Recorre a esse efeito retórico para, sub-repticiamente, fazer crer que os entrevistadores pouco entendem do que só ele sabe acerca da linha justa da governação. Acompanha tudo isto com uma expressão de rosto que leva a crer que está muito sentido por ser muito injustiçado. É assertivo, como indicam as regras da persuasão e estudou os lugares do preferível da retórica para os aplicar com os adjectivos com que julga influenciar o auditório.

Argumentar é responder a perguntas e não teimar no mesmo ponto de vista. Sócrates repetiu-se ao espelho, na esperança de que o espelho o convença. Mas quem está em casa e vive a realidade do dia a dia, sente naturalmente que o Primeiro-ministro fala de uma realidade que nada tem a ver com o que se passa no País.

Sócrates tem, no entanto, uma vantagem: é que o seu opositor, Filipe Meneses, não tem uma ideia para o superar, a não ser analisar o estado de alma do Primeiro-ministro e dizer o contrário do que ele diz, mas isso não serve para fazer oposição.

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