quarta-feira, janeiro 02, 2008

 

Calendário venatório.

Fechei a caça á perdiz em Soalhães, terra do nosso amigo Carteiro.

Durante a manhã percorri sozinho a Costa Grande, zona agreste das faldas da Aboboreira.

De nada me serviu entrar no “jogo” da livre confrontação de instintos: o meu, o da minha cadela e o da perdiz. Os esforços da “CÔA”, assim se chama a minha cadela, não foram afortunados. As perdizes revelaram a sua superioridade instintiva e não me deram chance.

É nisto que se revela a elegância deste desporto e não propriamente no matar a rês. Por isso, um dia de caça nunca é um dia em vão: ficamos sempre a lucrar, quer seja com o deslumbramento da natureza ou com o convívio entre amigos.

Terminei a caça lucrando com as duas situações: partilhei com a Côa a verdadeira postura de um filósofo: caminhar na rude montanha em permanente alerta, saber que nunca se sabe o que poderá acontecer, mas sempre disponível para desafiar a solução que salte num horizonte de incertezas. Depois, foi o almoço no interior da serra (onde se pode fumar sem a perseguição da socratina ASAE), com o sr. Luís a colocar no grelhador de febras toda a sua arte, o sr. Coutinho a demonstrar que este ano a sua colheita de vinho é esplêndida, o meu velho amigo, também conhecido por Velhote, a provar que continuam a ser os doces os verdadeiros prazeres da Aldeia e o meu companheiro de doutrina (velhos tempos!) de regulamento na mão, disparando artigos e mais artigos, para nos convencer das potencialidades da nossa Associativa de caça.

Dia de caça sem convívio com amigos não é dia de caça. Ainda por cima em Soalhães, terra que por razões de generosidade (e não para ser de mata e queima) foi doada, em 1373, a Gonçalo Mendes de Vasconcelos pelo rei D. Fernando. O pelourinho e a igreja românica continuam a testemunhar a importância desta Terra e a acrescentar valor ao seu património natural.

Foi, por isso, em cheio que me despedi desta faina venatória. Só me restam as batidas ao javali.

Mas isso é outra conversa.

Comments:
Na última foto, o meu amigo até parece um General, repousando com as suas "tropas"...
 
O de óculos é o meu tio Américo, alentejano de Mora que casou com a minha tia Emília.
Fico à espera para o cafeé, camarada.
Ah, afinal eu pensava que quando iam à caça comiam o que caçavam... :-)
 
General!?... Eu sempre estive com as bases. Fui mais tipo soldado raso. O que eu estava era cansado

caro carteiro, é para ver que não somos bábaros. Comemos do que gostamos e não as presas incautas!
 
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