quarta-feira, julho 18, 2007

 

Não há democracia sem liberdade e imprensa

Viviane Reding, comissária europeia para as questões de media, não tem dúvidas: “A imprensa escrita livre é a base da nossa sociedade democrática e os governos não devem intervir na regulação da imprensa escrita. É uma regra sem a qual não há democracia. A auto-regulação e a co-regulação é um sistema que, de facto, funciona”. Isto é, deixem aos órgãos que representam a imprensa defenderem a credibilidade da própria informação.

Nunca percebi por que é que um governo socialista desenvolveu tão acerrimamente o preconceito de que todo o jornalista é um manipulador que é preciso controlar, através de comissões de fiscalização, imposição de segredos desnecessários e leis que punem e criminalizam por tudo e por nada. Diz-se que foi o “trauma” do caso “Casa Pia”, mas custa aceitar que a deriva “controleirista” tenha razões pouco racionais.

Não há notícia “espelho ou cópia da realidade”. Toda a notícia configura uma das possíveis interpretações de um facto ou da realidade. E, como os meios de comunicação constituem espaços públicos de informação, os conflitos de interpretação devem ser resolvidos nesse espaço pelo direito á resposta, com as colunas de correcção de erros, pelos provedores dos leitores ou outros órgãos da imprensa que fazem a intermediação de queixas e reparações de erros.

A liberdade de imprensa, antes mesmo de ser um direito de profissionais e de empresas ligadas a essa actividade, é um bem da sociedade. Sem liberdade de expressão a verdade não aparece, nem se desenvolve o espírito crítico que produz conhecimento.

A informação é uma das componentes do que hoje se designa por sociedade da informação e é por vida desta que se desenvolve a ambicionada sociedade do conhecimento.

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