domingo, julho 29, 2007

 

Diz-me como estás a ser criado e dir-te-ei o homem e o mundo que terás amanhã.

A prestigiada revista Esprit dá conta, num dos seus últimos números, das consequências terríveis que um modelo de crescimento económico, centrado nas sofisticadas tecnologias e na deslocação da produção para os países ou regiões, onde a mão-de-obra tem menos custo, cria: redução da produção da riqueza ao comércio e aos serviços, desertificação do interior, centralismo, abandono da agricultura, desemprego e a necessidade de impor a mobilidade e a flexibilização na legislação laboral.

Este modelo, copiado, em primeiro lugar, dos Estados Unidos e genericamente designado por globalização, está a entrar em ruptura. No entanto, Sócrates com o seu inglês técnico e falta de imaginação vai-o (e é vaiado!...) copiando. Não admira, por isso, que deteste ouvir falar em desemprego, crise social, desertificação do interior e outros males que a sua vocação para o new look promove obstinadamente!

Entretanto, teremos de perguntar: como serão os homens e as mulheres produto deste modelo?!...

A educação dos sentimentos desenvolve-se, em primeiro lugar, na família, no modo como os pais estão atentos aos seus filhos, os vestem, os alimentam, os colocam no colo e os ensinam a andar e a relacionar-se com os outros.

Mas, o desemprego, o ter de trabalhar sem horários e longe de casa vai evitando que os casais possam ter filhos e reduzindo o sentido e o papel da família. A maioria dos pais
são obrigados a deixár os filhos quase todo o tempo em creches ou jardins de infância, recolhendo-as, apenas, durante a noite.

Obviamente, com o copianço socrático de um modelo económico que não tem em conta o nosso Futuro colectivo, não nos podemos queixar da desertificação populacional do País e de que os homens de amanhã não tenham empatia, sejam frios, desinteressados pelos outros, egoístas, agressivos e insensíveis ao que se passa à sua volta.

Como dirão os pedopsiquiatras, diz-me como estão a ser criadas as crianças e dir-te-ei o homem e o mundo que terás amanhã.

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