sábado, maio 26, 2007

 

Grau zero

Sócrates continua, nas sondagens, com maioria absoluta e, segundo as mesmas, António Costa ganhará a Câmara.

Entretanto, a vida dos cidadãos cada vez se complica mais. Tudo está mais caro e os impostos subiram. Até aqui, por exemplo, recebia das finanças uns “trocos” pelo acerto da minha declaração de rendimentos com os impostos pagos. Agora, reformado, sou eu que terei de pagar mais oitocentos euros.

Já se esqueceu o diploma de Sócrates, o "apito dourado" pertence a um fenómeno do passado, o desemprego não pára de aumentar e a linguagem usada pelos ministros e pela oposição é de um sujeito corar. Diz-se de manhã uma coisa e á tarde outra, Santana insinua que Marques Mendes é nazi e Marques Mendes afirma que o ministro Mário Lino “não está bom da cabeça”.

Perdeu-se a dignidade e o sentido de Estado. Todas as aldrabices, todos os disparates são aceites como normais. Não se vê uma luz ao fundo do túnel e, talvez, por isso, as sondagens dão maioria absoluta a Sócrates e a António Costa.

António Costa não fará por Lisboa mais do que aquilo que poderia fazer como dirigente socialista e governante. E era necessário que os lisboetas mostrassem um cartão vermelho à forma como os partidos se servem das instituições e muito particularmente das autarquias. Mas, o descrédito não rasga a lucidez que abre caminhos do futuro. Parece que anda no ar o refrão «para pior já basta assim!...

Se Helena Roseta ganhasse a autarquia de Lisboa, estou convencido que seria um estrondo nos partidos. Mas haverá lucidez para pedradas no charco?!....

Comments:
ANTES E DEPOIS

«Maria José Nogueira Pinto, do CDS, e José Sá Fernandes, do Bloco de Esuqerda, têm sido as vozes mais firmes no caminho a seguir, que não pode deixar de passar por eleições intercalares, nas quais, aliás, ambos têm fortes expectativas»
Helena Roseta, Fevereiro de 2007, Visão

«Na sua opinião, o vereador José Sá Fernandes não cumpriu, neste mandato, esta missão de cidadania que a senhora arquitecta reclama agora?»
«De alguma forma terá cumprido, certamente. Mas penso que um vereador não é eleito apenas para fazer de vigilante dos outros. Esse papel de fiscalização do trabalho do executivo compete à Assembleia Municipal. O papel dos vereadores é cooperarem na gestão municipal.»
Helena Roseta, Maio de 2007, Público

Ou como no fundo somos todos independentes:
«Mas esteve ligada a partidos nos últimos 30 anos...»
«Estive ligada a dois partidos e tive períodos em que não estive. Fui sempre independente. Mas quando se está numa organização há regras de solidariedade e convergência dessa organização.»
Helena Roseta, Maio de 2007, Público

IN "o ARRASTÃO" Blogue de Daniel Oliveira
 
Daniel Oliveira, destacado membro do B.E., está a usar os truques do taticismo que, nestas circunstâncias são frequentes e denunciam os velhos vicios da retórica de todos os partidos para diminuir a importãncia dos adversários.

Não sei o que Daniel Oliveira disse na semana passada, mas é possível que,hoje, diga uma coisa diferente. Os contextos são diferentes e nós próprios evoluímos no modo de ver e analisar as questões.É que a dialéctica funciona... Mal seria o contrário!

Penso que a importãncia destas eleições deve ser avaliada no seu actual contexto e nas consequências que pode criar para mudanças nos partidos e no próprio sistema político.

No meu entender, se Helena Roseta ganhasse as eleições provocava um enorme estrondo no PS e no PSD.

Sem profundas mudanças na forma destes dois partidos funcionar, nada mudará no regime democrático.

O que António Costa ou outro qualquer candidato, nomeadamente do B.E, vai fazer por Lisboa, pode, muito bem, ser feito por Helena Roseta.

Mas, as consequências são muito diferentes. E é isso que politicamente me interessa, mais do que saber o que foi dito por este ou aquele candidato há dois ou três meses atrás.

Já agora, parece-me revelar um espírito muito cartesiano e pouco da dialéctica marxista (como se afirma D.O.),dizer-se:«Esse papel de fiscalização do trabalho do executivo compete à Assembleia Municipal».

As coisas não são assim!... Um vereador pode e deve fazer o trabalho crítico independentemente do papel reservado à A.M. E seria bom que estivessem no mesmo ton o vereador e os membros da Assembleia.
 
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