domingo, abril 15, 2007

 

Um preço que o tempo demorará a pagar!

Desde que ouvi os banqueiros elogiarem Sócrates, deixei de ter dúvidas: este governo não soube pensar Portugal e apenas aplica a cartilha liberal que os seus ministros aprenderam nos E.U.A. E essa cartilha diz: o que faz o progresso é a riqueza das empresas e esta consegue-se diminuindo custos, desempregando, congelando salários, garantindo o funcionamento livre do mercado e fazendo fé profunda na ordem social espontânea. Estes gurus duma economia desligada dos problemas sociais substituíram à pressa o seu Estaline por Hayek.

Não esquecer que muitos dos actuais ministros, desde o ministro das finanças, eram, em tempos estudantis, conhecidos simpatizantes do estalinismo. Não admira que espantem o "fantasma" com uma viragem radical.

Mas, de repente, a conferência «Compromisso Cívico para a Inclusão» vem dizer o que toda a gente que anda pelas ruas já deu conta: as populações mais pobres foram as que mais empobreceram nos últimos anos. Portugal continua a ser o país da União Europeia com maiores níveis de desigualdade (41% contra os 31% da média comunitária a 25) e maiores níveis de pobreza.

A função de um bom governo é desenvolver políticas que façam com que os que mais sofrem, sofram menos e não, que os mais ricos sejam cada vez mais ricos.

Pode Sócrates ser hábil na retórica, vestir como ninguém, ter um ego do tamanho do mundo e apresentar três certificados de engenheiro emitidos pela UnI, mas o que ficará do seu governo é o completo esvaziamento da credibilidade do partido socialista.

E isso é que é grave: destruiu um património de esperança dos mais pobres, dos mais injustiçados e dos mais perseguidos que foi construído com muita luta e também com um sofrimento horrível.

E esse preço Sócrates vai pagá-lo, não tenhamos dúvidas!

Comments:
Camarada, esperemos que pague e pague bem o mal que anda a fazer!
abraço
 
A história da luta em Portugal, como em todo o mundo, pelos ideais socialistas é uma história terrível. E todo esse património foi frustrado. Salvaguardando as devidas proporções, parece que nos está a acontecer o que aconteceu em Africa. Por coincidência a UNI também é de angolanos.
 
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