sexta-feira, abril 20, 2007

 

Um fim-de-semana com o meu compadre

Estou a preparar-me para conduzir até Lisboa. Só dois copinhos do branco de Tormes acompanharam as saborosas costeletas de cabrito que fizeram o meu almoço. Vou à festa dos 70 anos do meu compadre e camarada Mendonça. É amanhã na Estufa Real. Levo-lhe uns livrinhos, que é o que ele mais gosta: “A obra inacabada” de Fernando Echevarria e “A história das sedas em Trás-os-Montes”.

Entretanto, ouvi o telejornal e fiquei perplexo. Mário Soares, no jantar de aniversário do PS, afirmou que Sócrates está a ser vítima de um ataque sórdido. Só gostaria de saber o que pensaria Mário Soares se o problema das habilitações fosse colocado, p.ex., a Marques Mendes.

Continuo a pensar que ser de esquerda não é ter duas medidas: uma combate os eventuais chicos-espertos de direita; outra defende os eventuais "chicos-espertos" de esquerda, bloqueando o direito à crítica com a vitmização ou com códigos de honra.

No meu entender, a verdade só tem um critério: o do fio do prumo. E impõe-se pelo derrube das dúvidas, esclarecendo tudo o que houver para ser esclarecido.

Valores separados de posturas produzem retórica sem conteúdo. E a política não pode continuar a alimentar-se disso!


O conceito “verdade inconveniente” nunca serviu a democracia e assemelha-se a um exame numa folha A4 com um cartãozinho timbrado do ministério que se tutela.

Em democracia, ninguém pode estar acima da crítica! E é muito bom para a democracia que nenhum político seja impune.

Comments:
Claro que ninguem deve estar acima da crítica. Mas uma coisa é a crítica política, séria, com fundamentos e tendo como objectivos os superiores interesses do país. Outra coisa é a crítica parva onde se confunde pessoal com político, até porque como se está desprovido de ideias para este país, avança-se directo às "canelas".
O grande problema é a impunidade. Os políticos atacam os seus pares da forma que querem e lhes apetece, qundo são chamados a prestar contas aqui del-rei porque estão a confundir pessoal com político.
 
Num político, naquele que diz fazer da sua vocação o servir a polis, o bem-comum, será que se pode separar o que ele é do que ele diz ser?!... Será que lhe é licito enganar, mostrando ser na sua vida pública (que tanto gosta de ser publicitada) aquilo que na realidade não é na sua vida privada?!...

Penso que quem quer ter os benefícios de ser político tem de assumir os seus custos.

Públicas virtudes e privadas perversidades é uma vigarice. E o problema é este!

O lugar dos que dizem uma coisa e fazem outra, não deve ser a política.
 
Entendo e aceito, nomeadamente a última frase, mas continuo a separar o facto de muitos lhe desejarem morder as "canelas", só porque de momento não têm nada para apresentar para o país.
 
Perceber isso é só perceber como se tem sucesso nos partidos. Os partidos, hoje, são grémios de interesses, sem ideias.
 
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