segunda-feira, abril 16, 2007
Sócrates à altura de um Estado relapso no ensino

Além disso, a nova equipa reitoral «não assegura a necessária credibilidade académica: o reitor, Jorge Roberto, não tem o doutoramento registado, não lhe sendo, assim, legalmente reconhecidos os direitos inerentes à titularidade deste grau académico».
Em iguais circunstâncias se encontra o vice-reitor Raul Cunha. O outro vice-reitor Carvalho Rodrigues, exercendo funções no estrangeiro, não pode assegurar o efectivo exercício do cargo na UnI.
Acresce, ainda, que o Conselho Científico «não é composto exclusivamente por Doutores», o que viola as exigências da Lei 1/2003. Por fim, os inspectores assinalam que tem havido falta de rigor na aceitação de alunos.
Para aqueles que dizem que o assunto do diploma de Sócrates pertence á sua vida privada, convém recordar-lhes que é ao Estado que incumbe garantir as competências dadas por um diploma académico e que os contribuintes têm o direito e o dever de saber se o Estado exerce ou não com rigor as funções que lhe estão atribuídas.
Tudo indica que o Estado foi relapso no exercício do seu papel e Sócrates não teve problemas em aproveitar-se desse laxismo.
Se isto não diz respeito à esfera pública, então o que lhe dirá respeito?!...
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Para amenizar este clima uni-bombástico, relembremos o sonho de Cecília (um dos meus preferidos):
Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
Maria
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Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
Maria
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