segunda-feira, abril 09, 2007

 

O despacho do Ministro

O Ministro Mariano Gago decidiu, hoje, que a UI fosse encerrada. Agora, a Universidade tem 10 dias para apresentar o contraditório e só depois a determinação do Ministro será ou não definitiva.

O Ministro recordou as enumeras auditorias realizadas a este estabelecimento de ensino nos vários anos lectivos da sua existência.

Teremos de concluir que tais auditorias são meras formalidades, sem qualquer interesse e a prova disso está na confusa situação académica do chamado "caso Sócrates". Caso que, inacreditavelmente, o Ministro considera «nada ter de estranho e ser mesmo exemplar».

Fala-se em muitos outros casos semelhantes ao que se passou com Sócrates. Os conluios dos diferentes governos com estes estabelecimentos de ensino estão patentes no facto de não se encontrar razões pedagógicas e científicas que justifiquem que muitos deputados e ex-governantes leccionem nas ditas universidades.

O ensino superior privado é a imagem deste País.

Comments:
Caro Amigo e Primo: umas rápidas linhas:

Está a ver como o Estado é importante? Como é diferente ser-se licenciado por uma Universidade Clássica de Lisboa ou Coimbra, e ser-se licenciado por um estabelecimento que de Universidade só tem o nome?

Imagine esta conversa:

"Então, em que Universidade é que é que V. se licenciou? Olhe foi numa Universidade que já não existe!"

È dramático, não é, querido Amigo?

Por isso, sou um defensor acérrimo do Estado: "ele" faz muita falta, que esta história da iniciativa privada é um logro...

Portugal está à deriva...este tema das funções do Estado dá pano para mangas...
 
Desculpe o português, qu isto foi escrito à pressa...
 
Já agora a pontuação..bolas, que hoje...

"A propos", espero que a época tenha sido boa para si e família. Um Abraço!
 
O que se passa com a UI já se passou com a moderna, com a livre e há outras universidades privadas que são suspeitas de uma degradação semelhante.

Por alguma razão, encontramos neses estabelecimentos de ensino a dar aulas gente que apenas tem como currículo o ser deputado ou já ter ocupado um cargo governativo.

Naturalmente, esta situação sugere tráfico de interesses. E este tráfico, p.ex., manifesta-se claramente nas escolas de comunicação social privadas. Jornalistas saídos de muitas destes estabelecimentos de ensino (ou que por lá andam) vão dando palco aos seus ex-professores ou amigos. Os mesmos aparecem em todas as entrevistas e são os únicos que têm opinião sobre os nossos destinos.

O ensino não está a ser orientado pela ideia superior da afirmação da independência nacional,

Precisávamos duma formação universitária que não fosse um logro e de uma inteligência que não fosse um embuste de “chicos-espertos”.

A lógica que levou Sócrates a obter o diploma de engenheiro é a mesma que nos partidos leva ao sucesso de muitos Sócrates que por lá andam.

Para ter sucesso nos partidos o que é preciso é saber trabalhar na sombra, inscrevendo toda a família e amigos, formando os sindicatos de voto com que se ganham eleições, congressos, etc..

Nas universidades há as épocas especiais para trabalhadores e é com o professor da cadeira que se marca o exame. Então, num Domingo, discretamente, toma-se café com o prof amigo e no final é-lhe lembrado a necessidade de dar uma nota, indispensável ao “canudo” de licenciado. E como o dito tem de passar pela universidade, aproveita a circunstância para satisfazer a recomendação, antes que se esqueça. Tudo normal, natural, bem como a aprovação de novos cursos de cuja necessidade terá falado ao aluno; cursos que são iguais aos que já existem, mas com nomes mais”científicos”

Estes “chicos-esperto” são iguais aos que arranjam atestados falsos para os filhos não fazerem as provas globais, como aconteceu em Guimarães, são ainda iguais aos que compram árbitros, fogem aos impostos e àqueles empreiteiros que depois de pagaram a campanha de um candidato a uma autarquia (ou até as eleições internas dum candidato a líder do partido) conseguem a alteração do plano director municipal que lhe proporciona ganhar milhões.

Temos, hoje, duas sociedades perfeitamente distintas: a que desenvolveu a “cultura” que acabei de descrever e a outra, que se sente distante dos partidos.

Sem uma profunda reforma dos partidos nada disto se altera.
 
Por mim só tenho a dizer que me licenciei numa Universidade privada...nunca tomei café com nenhum Professor...queimei pestanas...trabalhei no duro...e se os Mestres não eram a fina flor...li pelos melhores, como os da Pública.
Mais penso que me preparei muito bem para a vida activa...se calhar era melhor estar calado, pois neste andar terei que me envergonhar deste facto...era o que me faltava...nem por sombras, orgulho-me de tudo o que fiz e por onde andei.
PS: não foi na Independente.
Abraços
 
Caro amigo:

Quem na vida só soube contar com o seu trabalho, terá de ter de todos nós o maior respeito.

Quem quer ter uma vida firme, fá-la a pulso!

Concordará que os "chicos-espertos" são o pior que apareceu na política, nos negócios, nas escolas, nos empregos e no convivio entre seres humanos. Um "chico-esperto" faz de todos nós uns atrasados mentais.Trai tudo e todos. È preciso dizer-lhes "não vamos por aí..."
 
Querido Amigo Ferreira, não me interprete mal e desculpe esta minha desconfiança perante uma CERTA iniciativa privada.

Posso dizer-lhe que tenho um colega, com quem trabalho, licenciado (Direito)por uma Universidade privada e ele é um excelente jurista.

Um Abraço!
 
Amigo Cabral-Mendes tem cada uma...eu é que ando muito susceptível...
Um Abraço,

Primo tem toda a razão no que diz...mas sabe uma coisa...ando alheado...
Um Abraço,
 
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