domingo, abril 29, 2007

 

Guia para "prevenir a corrupção".

O guia "Prevenir a Corrupção" visa, segundo o Governo, incentivar as denúncias de corrupção na Administração Pública e no sector privado.

Ficamos perplexos!...

Por que será que um partido, dito socialista, vai usar a fórmula de combater a corrupção que o regime salazarista descobriu para combater os que conspiravam contra si?!...

Tornar os funcionários públicos uns “bufos” diz bem da qualidade de empenho do PS no combate à corrupção.

O combate à corrupção ficou colocado no lado contrário a esse mesmo combate. E, por isso, só vai, paradoxalmente, favorecer o seu encobrimento.

A sociedade sempre censurou e desprezou os “bufos” ou denunciadores e os verdadeiros socialistas muito contribuiram para isso. O governo, dito socialista, deveria ter isto bem presente!

Fica a questão:

Por que não foi este governo capaz de integrar a corrupção num pacto da Justiça e desenvolver uma campanha cívica que demonstrasse ser a corrupção uma doença social criminosa que corrói a solidariedade e a justiça social, em vez de procurar fazer de cada funcionário público um “bufo”?!...

A conclusão é óbvia:

Este governo da "contrafacção socrática" enveredou pelo individualismo radical do pos-modernismo e perdeu a memória do significado da solidariedade e da justiça social. Ou seja, do que dá sentido à ideia de socialismo e à luta contra a corrupção!...

Comments:
Combater a corrupção? Para quê? Sou daqueles que pensa que o País bloquiaria, pararia, se não hovesse corrupção.
E mais, teriamos estabelecimentos prisionais em número suficiente? Não creio!
 
Tenho-me alheado, voluntária e paulatinamente, dos assuntos politicos. As informações que tenho lido de como as coisas funcionam no seio daquela actividade enojam-me.

De vez em quando preciso de me distanciar, numa espécie de retiro, para sacudir um pouco desta angustia que se apodera de mim sempre que tomo conhecimento, ou fico consciente, de como se vive no reino da AR.

Há dias, em conversa aberta sobre estas lides da blogosfera, um amigo meu, fervoroso defensor da liberdade de expressão, confessava-me: "eu agora até já tenho medo de ir a alguns sitios na net".

E eu pergunto, como isto é possível? Como e possivel que as pessoas comecem a sentir-se amedrontadas por quererem estar informadas? Como chegamos nós até aqui?

Bem, procurava resposta à sua pergunta e acabei, eu, por lançar algumas!!

A sua pergunta não tem resposta.

Como sabe, não há qualquer coerência, tanto no plano da lógica quanto no plano da ética, para o comportamento daqueles que, condenando determinados comportamentos e exortando ao respectivo combate, são os primeiros a denegar, de forma inusitada e sem sustentação, a alteração de meios e procedimentos.

Só posso extrair esta conclusão: convém-lhes a manutenção dos procedimentos e das estruturas que a propiciam.

Maria
 
O medo domestica e eu recuso-me a ser domesticado.

Vou-lhe dar o meu testemunho. Muita gente sabe que o que digo é verdade. Aliás, basta ler os artigos que escrevi no Jornal de Notícias.. Durante cerda de 18 anos.

Em tempos, denunciei publicamente Avelino Ferreira Torres – num artigo no JN. Fui ameaçado e choveram telefonemas anónimos a ameaçarem. Num desses telefonemas apanhei o número.

Fiz queixa à PJ. Estava na PJ que não queria aceitar a queixa e repetiu-se novo telefonema com ameaças. Quis que o agente ouvisse, mas ele não se interessou. Ficou a queixa. E, minha casa diziam-me “não te metas com esse indivíduo!”.

Expliquei que só havia uma maneira de responder a esse indivíduo: era mostrar que não tina medo. Fiz um Jornal “Noticias do Marco” que foi ocupado praticamente a denunciar o Avelino.

O Tribunal moveu-me um processo (crime público). Na acusação constava que eu “sabia muito bem que era mentira o que dizia”. Provei que era verdade e fui absolvido.

Entretanto movi um processo ao Avelino por me insultar e dizer publicamente que me partia o “trombil”.Ganhei a acção. Foi obrigado a indemnizar -me em trezentos e tal euros.

Criei uma associação Cívica “Os Amigos do Marco” que promoveu debates sobre temas que estavam directamente ligados ao que se passava com Avelino. Debatemos os direitos humanos, a corrupção, os problemas ecológicos, etc. etc.

Avelino acabou por desistir de se candidatar ao Marco. Foi “amar Amarante”. Durante a sua campanha, promovi um almoço “pela democracia contra o embuste” e fiz, com outros o blog “margemesquerda…”, onde passei a denominar-me “Primo de Amarante”.

No Marco, todos os partidos estavam feitos com Avelino. Os seus directórios estavam cheios de telhados de vidro.Estive, por isso, um pouco isolado, mas toda a gente sabia que se me acontecesse alguma coisa não faltaria quem erguesse o dedo indicador para Avelino.

Não me aconteceu nada, mas gastei muito dinheiro e aprendi que há muitos avelinos nos partidos.

Desrisquei-me do PS e, hoje, sou um socialista por conta própria.

Também tenho medo, mas fujo para a frente!

Não acredito que o PS esteja interessado em combater a corrupção. Só um exemplo: quando tive necessidade de testemunhas, Francisco Assis ofereceu-se. Na altura do julgamento liguei-lhe para todo o lado. Nunca me atendeu o telemóvel, nem me respondeu ás cartas.

Soube, com fotocópia das Finanças, que Francisco Assis desempenhava, a partir de 1999, com o número fiscal 186814224, o cargo de presidente da EDINORTE (edificações nortenhas.S.A.), cujo accionista principal era um empreiteiro testa de ferro de Avelino e compadre do major Valentim. Loureiro. Escrevi um artigo no JN (todos diferentes e todos iguais), onde denunciei isso. Assis sentiu-se obrigado a renunciar ao seu importante cargo numa empresa do regime de Avelino e eu, hoje, sempre que ouço um político a falar de ética meto a mão ao bolso para ver se ainda tenho a carteira.

O "guia" que, agora foi tornado público, tem um efeito "formatar" pelo medo. Anaximandro fez um comentário ao Pos sobre o 25 de Abril com o qual eu concordo. Isto está a endireitar-se e cada vez mais se assemelha a um pantano gerido pelos novos ricos da política.

Estou reformado. Espero este ano acabar as partilhas do que me deixaram os meus pais. Nessa altura, acabo com o blog, comprarei um rebanho de carneiros e, por conta própria, olharei por eles. Vou deixar de me divertir e levar a política a sério, com quem merece.
 
Reparo, agora, que o meu longo comentário está cheio de gralhas. Peço desculpa!
Mas com a idade as disgrafias acentuam-se. E ainda por cima o Benfica não ganhou!... Não é que eu seja benfiquista, mas detesto o Pinto da Costa.
 
Só mais uma coizinha:

O artigo que referi "Todos diferentes, todos iguais" está no Jornal de Notícias (sociedade) do dia 9 de Maio (um Domingo, que como sabem é dia do Senhor)do ano 2004.

Podem consultar!
 
Mas o Primo « não é guardador de rebanhos», ou será?:)
 
Vou levar essa actividade a sério. O exercicio da cidadania não provoca a reflexão, nem tem consequências. Estamos a repetir-nos até á exaustão. Só os "tangedores" de rebanhos conseguem ter sorte com o pessoal. A ser assim, eu prefiro os carneiros de verdade e vou procurar entender-me com eles.

Lembra-se do Santo António e do sermão aos peixes. Eu vou ser o primo a falar para os carneiros.

Penso que tudo está a passar ao lado da racionalidade!
 
É um grande brincalhão, Primo.
Gosto do seu humor.
 
O seu "longo comentário", Caro Primo Amigo, é do mais lúcido que tenho lido!!! Está a ver como a democracia parlamentar é uma falácia? Já sei que não concorda, mas...

Também penso "retirar-me", pois estou cansado e desiludido ( mais um...). Vou dedicar-me ao Direito puro e duro, às leituras da História, alguma "filo"... muita teologia, pois a verdadeira felicidade o meu amigo até sabe onde Ela se encontra...

Um grande Abraço!

Cabral Mendes
 
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