segunda-feira, março 05, 2007

 

Em defesa da Filosofia

Na última revisão curricular do Ensino Secundário, a Filosofia desapareceu no 12º Ano.

Foi a primeira vez que isso aconteceu na história da nossa democracia. Mesmo durante o anterior regime, a filosofia fazia parte das disciplinas do último ano do curso liceal.

É espantoso que isso aconteça, quanto é certo que cada vez mais se proclama o “regresso” á filosofia, enchendo-se os escaparates das livrarias de livros sobre filosofia do conhecimento, da linguagem, da política, do direito, da justiça, da moral (bioética, ética empresarial, ética política, etc.) da estética e proliferam as traduções de obras filosóficas, desde Aristóteles a Wittgenstein.

Toda a interrogação sobre os problemas da vida, da política, da economia, da arte, da ciência ou da moral passam pelo espírito filosófico. E, para perspectivar a realidade sob um ponto de vista fundamentador, ninguém pode dispensar as referências do pensamento filosófico.

O virar costas à filosofia terá, naturalmente, reflexos no desenvolvimento das competências cognitivas duma formação universitária e na própria forma de estar na vida. Não há inovação possível sem o espírito filosófico, nem é possível aprofundar a democracia abandonando-se o problema dos seus fins, que são questões de ordem filosófica. Também não se pode pedir aos jovens que tenham sentido do dever, sejam rigorosos, desenvolvam a solidariedade, a tolerância e uma ética da responsabilidade, sem uma concepção da vida, do homem e do mundo, que se aprende com a iniciação à Filosofia.


Naturalmente, a Filosofia não é uma disciplina fácil, mas a sua dificuldade não legitima a recusa do seu ensino, a menos que queiramos uma sociedade light, sem bússola, modelada segundo o subjectivismo e o jogo das aparências.


Comments:
Alguém está a criar uma sociedade de "brutos", que apenas gostam de beber uns copos, fumar uns charros, dar umas quecas, conduzir velozmente, alheios a tudo o mais, alheios às coisas do espírito. Mas estes governantes pós-modernos não seriam os tais mais esclarecidos, os tais que afastariam as brumas do passado?...Os tais que "educariam" o povo? Estamos a ver como estas gerações estão a ser educadas...

Estamos perdidos!
 
Companheiro, isto ainda não é o fim: é só o princípio...
 
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