segunda-feira, fevereiro 19, 2007

 

Já se desmascarou?!...

A morte existe, mas ninguém pode viver a pensar que vai morrer. O mesmo acontece com o sentimento de tristeza ou de culpa. Para afugentar esses sentimentos e valorizar a felicidade, Roma criou as saturnais, em glória ao deus Saturno. Eram festas de erotismo e euforia exuberante.

Tudo parecia valer nos “carrum navalis” (carros em forma de navios e de cuja expressão surgiu o conceito carnaval) que percorriam a cidade de Roma com mulheres e homens nus, em manifestações estonteantes de alegria.

Bem condenaram os papas esses excessos, mas de pouco valeu! Então, o papa Paulo II, no séc. XV, terá pensado que era impossível afeiçoar pelos séculos fora os crentes às virtudes da sobriedade, da abstinência e da penitência, sem lhes deixar algum tempo para os excessos de euforia.


Promoveu, então, uma viragem estética nessas festividades, introduzindo o uso da máscara no carnaval. O sucesso foi tal que, rapidamente, a máscara deixou de ser uma fantasia para passar a constituir um estilo de vida. Só no Carnaval é que tiramos a máscara!

Valia a pena que, hoje, um novo papa decretasse alguns dias para servir de intervalo ao resto do ano em que a vida se tornou numa interacção entre mascarados. Podia chamar-lhe o tempo da desmascaração!


Naturalmente, mesmo sendo de pouca duração, era um tempo difícil para governantes, políticos, homens de negócios e outros profissionais da seriedade.

Comments:
Roma criou as saturnais, isso é que era vida sudável, Primo. Os romanos, ao contrário do que diz Obélix, não eram nada loucos.Por mim , não festejo o Carnaval, não tenho espirito, embora os Ovarenses façam destes dias a glória do ano.A razão da vida deles.Andam o resto dos dias a preparar esta quadra.Gostos...
 
Não, caro amigo. Não me desmascarei porque isto de deixar cair a máscara de todos os dias não é coisa fácil. Por puro comodismo, opto, nestes dias, por colocar uma segunda máscara. :-)
Um bom resto de carnaval.
 
Também nunca apreciei muito o Carnaval. Sempre achei esquisito as pessoas vestirem trajes estranhos e dessa maneira andar na rua muito felizes. Mas gostava de ver o Carnaval em Veneza. Pelos filmes e reportagens atraiu-me sempre aquela estética dos bailes de máscaras em salões enormes, com candelabros lindíssimos. Fiquei sempre pelo Carnaval de Avintes. Mais broeiro, mas era o do consumo óbvio. Mal se passava o rio e logo lá estávamos. No entanto, tenho amigos que foram, de propósito para o Brasil. E outros para a Madeira. Há gostos para tudo!...
 
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