segunda-feira, fevereiro 12, 2007

 

Em memória do Zeca

Traz outro amigo também

Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também

Em terras
Em todas as fronteiras
Seja benvindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também

Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também

José Afonso

Comments:
Como se fosse hoje, vejo-me a conduzir o Zeca na direcção da Livração. Talvez só o Baldaia, que era, na altura, Presidente da Junta, se lembre.

O tempo passa e a memória só ganha raízes no mundo do vivido. E esse mundo foi rico de deslumbramento e sonhos partilhas.

Vivia-se operariamente a construção do futuro. Mas a catedral ruiu… só ficou o vazio da desilusão. Nunca pensei que a vida passasse tão depressa!...

Retiveram-se os filhos, a mulher e bons amigos. Continuo com eles a pensar que o fim do sonho é o fim da vida.
 
Bolas, que nostalgia!!!
Qualquer catedral que se preze é passível de reconstrução!! E se o não é, então, não vale sequer uma qualquer lamentação.
Agora, com pena minha, tenho de sair. Mas volto aqui mais logo para me explicar que vazio e desilusão são essas de que fala e eu suspeito que inexistem!!
Até já.


car de e o trabalhoreconstruível.
"Só ficou o vazio da desilusão"
 
Tem toda a razão, amigo Hospede.

A minha desilusão , dirigindo-me a LN, vem da vaga de indiferença e desinvestimento na utopia, de que sofre a nossa sociedade, o mundo de hoje. Tivemos o referendo que permitiu ver que há gente a lutar por valores, mas a indiferença foi maior que o voto e tornou-se na vaga dominante. Esta onda esvazia de sentido a luta,a indignação, a persistência das convicções. Vivemos numa sociedade light, onde todos os gostos coabitam sem direcção, modelados segundo a espontaneidade do catavento. Felizmente, ainda é com a família e os amigos que podemos ter conversas consistente e com sentido do futuro. Não será assim!?...
 
Isto é que é música, primo de Amarante, ouça aqui:

http://www.youtube.com/watch?v=sq35ur496GE

Sou novo, mas isto diz-me muito, peço desculpa pela violação dos direitos de autor, mas esta canção de embalar! Ah!

Um abraço camarada.
 
Cheguei. Quis trazer comigo um engenheiro para começarmos a reconstrução da catedral, mas a esta hora não é fácil desencantar engenheiros!!! :-) :-)

Mas trazia-lhe exactamente a canção de embalar, uma das minha preferidas, cantada pelo próprio Zeca. Mas outra mão amiga antecipou-se e ai está.
Vá lá, anime-se. Não podemos estar sempre em luta, indignados, etc.

Consegue ir ao endereço que lhe deixou o antónio madureira?
 
A minha leitura da sociedade não é o meu estado de espirito. Eu estou animado: gosto da minha família, dos meus amigos e acerca de mim próprio sou até mais tolerante que compreensivo.
 
Excelente, caro amigo. (Ainda bem que interpretei mal o que escreveu.) Hoje sou eu que não aguento muito mais!! Há dias assim.
Boa noite.
 
Estou de acordo com essa leitura. Sei que na Europa os referendos não são mais participados, mas sempre pensei que houvesse mais gente a votar sobre uma questão que tem levado aos tribunais muitas mulheres e que, hoje, nas escolas é patente. Há raparigas de 13/14 anos que engravidam (sem saberem de quem!)e ninguem sabe o que lhes há-de dizer! E isto é discutido nas reuniões com os pais, nas assembleias de escola, etc., etc. Pensei que havia uma maior sensibilidade ao problema e, por isso, mais gente a votar. De qualquer forma, as vantagens que encontrou no referendo são as minhas.

Estive a ouvir o debate sobre a justiça nos "Prós & Contras. Tirei uma conclusão: os juizes vivem uma situação de flagrante contradição: entre si não se entendem (até na interpretação das leis) e querem que nós os entendamos.

È curioso e significativo!...

Precisa-se urgentemente duma revolução no interior das magistraturas. A reforma já não chega.
 
Caro o hóspede,
talvez não esteja a ver mal as coisas, talvez tenha razão e se venha a concluir que o número é, como refere, imensamente desproporcionado. Mas perante essa situação sinto vontade de deixar algumas questões: até que ponto seria imoral e ilegítimo que cada um dos signatários do habeas corpus tivesse de pagar 480 euros? Não foram os signatários daquele procedimento que decidiram, por sua livre inciativa, imiscuirem-se em assuntos alheios? Não é justo que acarretem com as consequências? Poderá rdizer-se, mas houve muita gente que assinou acreditando no bom resultado prometido pelos principais dinamizadores e sem saberem que teriam aquelas consequências. Então, digo eu, da próxima vez sejam mais cautelosos a subscrever o que quer que seja e peçam responsabilidade, se de alguma forma se sentem enganados, a quem deu garantias do bom resultado ou não elucidou as pessoas dessas eventuais consequências económicas e tinha, pela rpofissão que exerce, o dever de saber e de ter informar!
 
"imiscuirem-se em assuntos alheios?"

Minha carissima amiga: então os valores da solidariedade, da indignação, da ligação da justiça aos cidadãos, dos deveres de exercício da cidadania, etc., etc., para onde vão?!...

Ficam só na retórica!?...
 
Claro que não, amigo. Faço-lhe uma confidência: é das acusações que mias dificuldade tenho em aceitar, porque esforço-me por pôr ser no dia a dia aquilo que defendo na teoria. Essa é, aliás, o defeito que menos suporto nas pessoas. Dircursos consoantes a circunstância. Abomino pessoas artificiais. (já vou lá cima responder-lhe às rosas amarelas, que está intimamente ligado com o que acabo de dizer, entenderá com certeza)
Mas também não pode levar à letra tudo o que eu digo. Nem sempre consigo escrever, com o rigor que gostaria e desejaria, aquilo que quero transmitir. Portanto, faça-me o favor de ir dando algum desconto ao que digo.
É obvio que no fundo, no fundo, não faz sentido que cada signatário pague aquela quantia, seria uma exorbitância e um locuptamento sem causa por parte dos cofres dos tribunais. O que eu queria realçar, ou pretendia relaçar, era tão-só a facilidade com que as pessoas subscrevem petições (sejam elas quais forem. Não consegue convencer-me que todas as pessoas que subscreveram o habeas o fizeram consciente e esclarecidamente em nome da solidariedade, da justiça e outros valores nobres como estes. Eu sei como funcionam esse tipo de petições. É o vizinho que pede, o amigo que diz "sim senhor, assina", etc, e vai dai, muitos, asssinam sem ler. E é isso que eu não acho correcto. As pessoas deviam pensar pela própria cabecinha e não deixarem-se levar pela euforia momentânea. Passa-lhe pela cabeça que as pessoas saibam o que é o habeas corpus? Que saibam se tem consequências assiná-lo?
 
"Não consegue convencer-me que todas as pessoas que subscreveram o habeas o fizeram consciente e esclarecidamente em nome da solidariedade, da justiça e outros valores nobres como estes." - diz a minha amiga.

E é verdade, mas também não devo fazer processos de intenções sobre o que vai no interior das pessoas.

O acto está aí e tem a ver com um direito/dever constitucional. Sendo exercido acrescenta um valor civico. E isso é excelente!
 
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