sexta-feira, dezembro 15, 2006

 

há-de flutuar uma cidade...













há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida
pensava eu... como seriam felizes as mulhere
à beira mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar
e a longitude do amor embarcado

por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite
os dias lentíssimos... sem ninguém

e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentado à porta... dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua
assim envelheci... acreditando que algum homem

ao passar
se espantasse com a minha solidão

(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma

pérola no
coração. mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)

um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século

recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas que alguma vez me visite a

felicidade

Alberto

Enviado por Amélia Pais

Comments:
Eu gostomuito deste:
«O Anjo do Crepúsculo»

"A noite está próxima.
O que vejo já não se pode cantar caminho com os braços levantados, e com a ponta dos dedos acendendo o firmamento da alma. espero que o vento passe... escuro, lento. Então, entrarei nele, cintilante, leve... e desapareço."
(Morte de Rimbaud-Al Berto)
ln
 
Também conheço o poema. È muito lindo!
 
Caro Amigo, se tiver um bocadinho dê uma espreitadela neste endereço: http://www.youtube.com/watch?v=xrShK-NVMIU&eurl=
É mais um hilariante vídeo de Monthy Python, desta feita, com filósofos gregos e alemães.
Com Votos de um Bom domingo.
ln
 
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