segunda-feira, dezembro 04, 2006

 

Dá que pensar!!!...

Será que a Igreja, os partidos, as organizações de pais, etc., vão ficar, perante as conclusões do relatório da “condição juvenil portuguesa na viragem do milénio”, indiferentes?!...

O estudo salienta que em número cada vez maior, os jovens são dependentes da família, têm dificuldades em conseguir emprego estável, adiam para muito tarde o casamento, sentem que não têm condições para ter filhos, praticamente 50 por cento dos jovens empregados em 2004 não têm mais do que a escolaridade mínima obrigatória e 35 por cento não completaram os nove anos de escolaridade obrigatória.

É que os problemas do desenvolvimento do País, da natalidade, da inclusão, da segurança, da inserção social dos jovens e do seu futuro, da estruturação da sociedade passam por aqui. Será que as políticas económicas, de educação e do trabalho estão a dar um sentido ao futuro dos nossos filhos?!...

Que sociedade queremos para amanhã?!...

Comments:
O problema dos filhos que ficam demasiado tempo agarrados aos pais está, em grande parte, na instabilidade e na precaridade do seu emprego. É a incerteza quanto ao futuro que cria esta situação. Não tenha dúvidas. O que refere acontece, mas não faz a regra. Aliás, é isso que demonstra o estudo
 
Ainda não consegui ler o estudo. Li opiniões e informações soltas sobre o mesmo. Afinal, onde posso encontrá-lo na integra?
Li tb os comentários supra e, não obstnate o risco de ser considerada de intrometida, pergunto: mas, os pais que "não educaram os filhos para serem autónomos, para sentirem gosto em desenvolverem um projecto de vida próprio, a expensas próprias" não são pais educados antes do 25 de Abril? Ou seja, os pais que mantêm os filhos na redoma para que curtam folgadamente a vida não são pais educados na vigência do anterior sistema? Se são, ou foram, porque não usam, eles, dessa educação, presumidamente mais sábia e de cariz marcadamente laborioso, para incutir aos filhos essas mesmas premissas?
Analise-se agora a questão na perspectiva da outra parte, a dos filhos. Acredita mesmo que a maior parte dos filhos com 25-30 anos tem prazer em viver agarrado aos pais, mendigando mesadas, prestando satisfação das saidas e entradas em casa, do que fe ou deixou de fazer, dos amigos com quem saiu, etc, etc?
Uma última questão: os pais que se sacrificaram "para que os filhos fossem para as universidades (privadas) tirar cursos," estão disponiveis e preparados para ver o seu investimento nas obras de construção civil?
Reparem que eu não estou a defender que os licenciados não devem, ou não podem, trabalhar nas obras, nos balcões de qualquer loja, etc.
Todavia, achar que a culpa é, quase, exclusivamente dos pais uma vez que "Enquanto esta mentalidade, criada no pós 25 de Abril, perdurar não há programas, não há governo que mude esta realidade." parece-me excessivo.
Então, e o ensino superior não pode revestir-se duma vertente mais pragmática? As vagas a preenchimento, bem como os respectivos cursos, não podem ser revistas e alteradas? Onde está a orientação vocacional aos alunos? E a informação aos pais das saídas profissionais? Existem, pois. Mas, desde quando? E em quantas escolas?
Então e o governo e o sistema não haverão de ter um papel activo nisto tudo? Talvez seja esse o verdadeiro problema: as políticas educativas dos sucessivos governos. Políticas de facilitismo aos pais e aos filhos. Não queiramos demitir o governo, responsavel pela organização social, das suas responsabilidades educativas. Aliás, esse é, em minha opinião, o verdadeiro problema deste país: a edecuação sempre foi vista como secundária, acessória, e não como o vector primordial de qualquer civilização desenvolvida.
ln
 
E eu só comentei por me parecer que “atirava” com as culpas “todas” em cima das famílias, posição da qual discordo. Entendo que o comportamento familiar que descreve não constitui regra e não é um problema exclusivamente decorrente da “vontade” das famílias, como me parece que defende.
Há um conjunto de factores exógenos que contribuíram de forma significativa para o aparecimento da situação (mentalidade) que descreve e à qual não são alheias responsabilidades das politicas implementadas ou seguidas quer pelo estado quer pelos grupos económicos. Portanto, situar o problema, ou radicar a mudança de atitude, na dependência exclusiva da vontade das famílias parece-me demasiado redutor.
Existem jovens à procura do “primeiro emprego” que vêem a sua proposta de trabalho recusada sob o pretexto de habilitações em excesso. Diga-me, isto tem cabimento? Tem cabimento que se lute para que os jovens sejam letrados e depois não se aceitem por esse motivo? Tem cabimento que uma empresa opte por contratar, para a função de trolha, um engenheiro do leste em detrimento dum engenheiro português porque este, presumidamente, será mais reivindicativo e conhecedor dos direitos laborais?
Estes preconceitos existem no mercado português, é preciso reconhecê-lo. Temos medo de quê? Queremos ou não ser produtivos, competitivos, desenvolvidos? Porque não temos, como lá fora, cursos eminentemente práticos, com estágios profissionais integrados no segundo ano do curso? Porque vamos ter OTAS e TGV’S. São estas as prioridades do governo. Estou a recordar-me dos debates que assisti, recentemente, sobre o ensino superior… Recordo-me do desprestigio a que foi votada a classe docente, recordo-me dos exemplos de violência nas escolas, agressões a professores, etc, Vivemos uma crise de valores e ela não tem a fonte apenas na família. A ideia de consumismo, de facilitismo, comodismo, conformismo é um produto desta “nova forma de vida” para a qual muito contribuem as medidas políticas, a pressão e marketing dos grupos económicos, a publicidade, os media, etc.
É preciso gerir prioridades e o estado deve ser o primeiro a defini-las.

Com pena minha, porque percebi que as duas referências serão sinónimo da validade que lhe reconhece, não tenho aceso ao Jornal METRO. Não moro em Lisboa e não tenho conhecimento que esteja disponível noutro local!!
ln
 
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
 
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
 
Tenho estado acamado e, por isso, não pude vir ao blog. A minha experiência de muitos e muitos anos em lidar com os jovens e de ter duas filhas, dizem-me que é um privilégio para um jovem conseguir um emprego estável. Todos eles têm a experiência de conhecerem um colega que arranjou emprego criou compromissos com a compra de um carro ou de uma casa e depois ficou, pouco tempo depois, desemprego. Muitos arranjam emprego em áreas que nada têm a ver com a sua formatura. E estes empregos são sempre precários. Conheço licenciados em direito, em história, em filosofia, em sociologia, etc., a trabalhar no supermercado ou ao balcão de uma casa comercial. Olhe, nas áreas das humanidades isso é constante, mas até conheço quem tenha feito doutoramento, em universidades prestigiadas dos EU, em química e outro caso em biologia, e estejam desempregados. Uma das minhas filhas fez a licenciatura em economia, uma pós-graduação em auditoras, trabalhou um ano de borla (estágio) e teve de ser caixeira numa firma, antes de conseguir um emprego onde exerce a sua profissão. Naturalmente, durante este tempo todo teve de ficar “amarrada” aos pais. É certo que quem estiver ligado á política, consegue sempre emprego, como assessor de qualquer coisa, ou, então, numa dessas muitas empresas municipais, mesmo que seja incompetente. O problema de ficarem amarrados aos pais é o problema da precariedade do trabalho e instabilidade. Por isso, saem tarde de casa, casam muito tarde e os pais que gostavam de olhar pelos netos ficam a olhar pelos seus pais. Caminhamos para velhos para olhar por velhos e isso tem também a ver com a forma como se organiza a economia numa sociedade (e não só com a esperança de vida).
 
Pelo menos casavam mais cedo e isso tem de ter um significado.

È bom esta partilha de ideias: para mim é o mehlor dos blogs.
 
Espero que não tenha sido a caça a acamá-lo. :-)Rápidas melhoras para si.
ln
 
Coisa ruim não tem perigo. Domingo, lá estarei na terra de muitos ribeirinhos!Não é propriamente a caça que me fascina, mas andar na serra com a minha cadela perdigueira pura. Sempre que falho um tiro, ela aproxima-se de mim e solta um gemido. Nunca soube se era de compaixão, de irritação ou até de insulto. Eu compreendo-a: estou a perder qualidades de atirador!
 
Está bem. Eu tb gosto de passear pelo campo, pela serra, mas convenhamos que em tempo de intempéries muito desse prazer ou gosto desaparece!!
Se é pelo prazer da companhia da sua perdigueira, conjugado com o prazer da caça, entendo-o. Quanto aos gemidos, só podem ser de compreensão e esperança que o próximo seja certeiro. Bom fim-de-semana e cuidado com os ribeirinhos.
ln
 
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