sábado, dezembro 02, 2006

 

Aniversário de Maria Calas

Biografia

Filha de imigrantes
gregos, Άννα Μαρία Καικιλία Σοφία Καλογεροπούλου (Ánna María Cecilía Sofía Kalogerópulu) nasceu em Nova Iorque. Devido às dificuldades económicas de seus pais, teve que regressar à Grécia com a mãe em 1937. Estudou canto no Conservatório de Atenas, com a soprano coloratura Elvira de Hidalgo.

Existem diferentes versões sobre sua estreia. Alguns situam-na em
1937, como Santuzza em uma montagem estudantil da Cavalleria Rusticana, de Mascagni; outros, à Tosca (Puccini) de 1941, na Ópera de Atenas. De todo modo, seu primeiro papel na Itália teve lugar em 1947, na Arena de Verona, com a ópera La Gioconda, de Ponchielli, sob a direcção de Tullio Serafin, que logo se tornaria seu “mentor”.

Callas começou a despontar no cenário lírico em
1948, com uma interpretação bastante notável para a protagonista da ópera Norma, de Bellini, em Florença. Todavia, sua carreira só viria a projectar-se em escala mundial no ano seguinte, quando a cantora surpreendeu crítica e público ao alternar, na mesma semana, récitas de I Puritani, de Bellini, e Die Walküre, de Wagner. Ela preparara o papel de Elvira para a primeira ópera em apenas dois dias, a convite de Serafin.

A partir dos
anos 50, Callas começou a apresentar-se regularmente nas mais importantes casas de espectáculo dedicadas à ópera, tais como La Scala, Convent Garden e Metropolitan. Sua voz começou a apresentar sinais de declínio no final dessa década, e a cantora diminuiu consideravelmente suas participações em montagens de óperas completas, limitando sua carreira a recitais e noites de gala e terminando por abandonar os palcos em 1965.
No início dos
anos 70, passou a dedicar-se ao ensino de música na Juilliard School. Em 1974, entretanto, retornou aos palcos para realizar uma série de concertos pela Europa, Estados Unidos e Extremo Oriente ao lado do tenor Giuseppe Di Stefano. Sucesso de público, o programa foi todavia massacrado pela crítica especializada, e Callas decidiu abandonar, desta vez em definitivo, a carreira de cantora lírica.

Recolhida em seu apartamento na cidade de
Paris, Callas faleceu em 1977 - pouco antes de completar 54 anos - em decorrência de um ataque cardíaco. Atendendo a seu pedido, suas cinzas foram espalhadas no Mar Egeu.

Vida pessoal

Maria Callas foi a mais controversa e possivelmente a mais dedicada intérprete lírica. Com uma voz de considerável alcance, Callas encantou nos teatros mundiais de maior destaque. Esta intérprete, senhora de raros dotes vocais e interpretativos, revolucionou o mundo da Ópera trazendo-a novamente às origens. Para Maria Callas a expressão vocal era primordial em detrimento dos exageros vocais injustificados - tudo na Ópera tem que fazer sentido por forma a dar ao público algo que o mova, algo credível. Esta foi a mais destacada e famosa cantora lírica e fez jus à sua fama, pois interpretou várias dezenas de Óperas de diversíssimos estilos. Callas perpetuou-se em papéis como Medea, Norma, Tosca, Violetta, Lucia, Gioconda, Amina, entre outros, continuando, nestes papéis, a não existir nenhuma artista que lhe faça sombra.

Um dos aspectos que certamente contribuiu para a lenda que se formou em torno de Maria Callas diz respeito a sua conturbada vida pessoal. Dona de um temperamento forte (sofria de Transtorno de Humor Bipolar), que parecia o correlato perfeito para a intensa carga dramática com que costumava abordar suas personagens no palco (veja abaixo), tornou-se famosa por indispor-se com maestros e colegas em nome de suas crenças estéticas. Em 1958, entrou em disputa com Antonio Ghiringhelli e deixou de apresentar-se no
La Scala enquanto ele permaneceu como director do teatro; no mesmo ano, foi sumariamente demitida do Metropolitan por Rudolf Bing.

Em
1959, rompeu um casamento de dez anos com seu empresário G. B. Meneghini, muito mais velho do que ela. Manteve, em seguida, uma tórrida relação com o milionário grego Aristoteles Onassis, com quem não foi feliz e que rendeu variado material para tablóides sensacionalistas.
Trabalhava intensamente e em mais de uma ocasião subiu aos palcos contra a recomendação de seus médicos. Com um forte resfriado, escapou em
2 de janeiro de 1958 da Ópera de Roma pela porta dos fundos após um primeiro ato sofrível de Norma, de Bellini, em uma récita prestigiada pelo então presidente da Itália, Giovanni Gronchi. Em 29 de maio de 1965, ao concluir a primeira cena do segundo ato de Norma, Callas desfaleceu e a apresentação foi interrompida.

Poucos sopranos podem rivalizar com Callas no que diz respeito à capacidade de despertar reacções intensas entre seus admiradores e detractores. Elevada à categoria de “mito” e conhecida mesmo fora do círculo de amantes de
ópera, ela criou em torno de si uma legião de fanáticos entusiastas capazes de defender a todo custo os méritos da cantora. Apesar da mútua amizade, as disputas entre seus fãs e os de Renata Tebaldi tornaram-se célebres, chegando mesmo em alguns casos às vias de fato.

Características

Callas possuía uma voz poderosa que, embora não se destacasse pela beleza do timbre, possuía amplitude fora do comum. Isto permitia à cantora abordar papéis desde o alcance do
mezzo-soprano até o do soprano coloratura. Com domínio perfeito das técnicas do canto lírico, possuía um repertório incrivelmente versátil, que incluía obras do bel canto (Lucia de Lammermoor, Anna Bolena, Norma), de Verdi (Un ballo in maschera, Macbeth, (La Traviata) e do verismo italiano (Tosca), e até mesmo Wagner (Tristan und Isolde, Die Walküre).

Apesar destas características, Callas entrou para a história da ópera por suas inigualáveis habilidades cénicas. Levando à perfeição a habilidade de alterar a "cor" da voz com o objectivo de expressar emoções, e explorando cada oportunidade de representar no palco as minúcias psicológicas de suas personagens, Callas mostrou que era possível imprimir dramaticidade mesmo em papéis que exigiam grande virtuosismo vocal por parte do intérprete - o que usualmente significava, entre as grandes divas da época, privilegiar o canto em detrimento da cena.
Muitos consideram que seu estilo de interpretação imprimiu uma revolução sem precedentes na ópera. Segundo este ponto de vista, Callas seria tributária da importância que assumiram contemporaneamente os aspectos cénicos das montagens. Em particular, é claramente perceptível desde a segunda metade do
século XX uma tendência entre os cantores em favor da valorização de sua formação dramatúrgica e de sua figura cénica - que se traduz, por exemplo, na constante preocupação em manter a forma física. Em última análise, esta tendência foi responsável pelo surgimento de toda uma geração de sopranos que, graças às suas habilidades de palco, poderiam ser considerados legítimos herdeiros de Callas, tais como Joan Sutherland ou Renata Scotto.

in: http://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Callas#Biografia

Obs: Enviado por Amélia Pais

Comments:
Mais informação (designadamente discografia e galeria de fotos) na página oficial de Maria Callas: http://logos.ocasiao.pt/callas/indexppal_ie.html

ln
 
Obrgado.

Vou até á serra. Espero que os ribeiros tenham escutado o seu conselho. Chove muito!
 
Pois, vã esperança a sua!!!
Eu sei que os ribeiros não só não escutaram, o meu conselho, como percorreram copiosamente a serra e sempre ladeados por uma teimosa névoa cerrada e rasteira que não deixava ver 10m à frente do nariz.
Desci a serra em marcha lenta e, enquanto o fazia, olhava à volta e questionava-me: como pode haver alguém capaz de num domingo chuvoso, cheio de neblina, entrar neste mato, subir e descer a serra, para caçar? A sério, admiro-lhe o gosto e a coragem. A mim, o simples exercício de me imaginar lá fora era suficiente para ter vontade de aumentar o aquecimento dentro do carro. :-)
Sabendo que as perdizes, hoje, puderam contar com uma aliada preciosa (a neblina) presumo que não tenha sido um bom dia de caça!!
ln
 
È verdade. A serra estava fechada. Um muro de cinzento escuro não me deixou entrar no seu interior. Regressei ao Porto e, ainda, fui a Viseu ver a minha mãe. Também no Caramulo o nevoeiro quase não me deixava conduzir. Vida dificil a deste Domingo.
 
Pelo que leio, vejo que andamos pelas mesmas estradas. Também estive no Porto e, depois, V.N.Gaia onde assisti ao lançamento do livro "Portugal e o quinto império por cumprir" de Rui Fonseca, e passei no Caramulo - cheio de neblina.
Hoje não foi, de facto, um bom dia para viagens!!!
ln
 
Há em Gaia uma Associação de Escritores muito dinâmica. Mais dinâmica do que a Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto.
 
No próximo dia 15 é a vez de António Lobo Antunes estar em Gaia para lançar o seu livro "Ontem não te vi em Babilónia."
A sinopse reza assim: "Uma noite ninguém dorme, e durante a meia-noite a as cinco da manhã, as pessoas sonham acordadas no sono: contam e inventam as suas vidas e as suas histórias, ou as histórias em que transformam as suas vidas, ou as vidas que transformaram em histórias. Podem ser vidas cruéis, de medo, de uma cicatriz interior, de algo que talvez fosse o Estado português de outros tempos. Podem ser vidas de amores passados, de lápides varridas, de um desejo de uma vida inteira, de se poder ser feliz sem pensar. Nestas histórias, nestes silêncios destas falas, nos risos e nas traições, vamos identificando a noite de um país, a noite cheia de vozes de todos nós, e a noite silenciosa que é o isolamento de cada um."
Parece-me uma boa sinopse, suficientemente apelativa.
ln
 
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
 
Eu gosto da escrita de A.L.A. Mas, aquele seu ar, de quem está sempre á procura do enigma, chateia-me.

Ele é muito diferente do irmão, que conheci bem e tocava muito bem viola.
 
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