terça-feira, novembro 28, 2006
O debate sobre o ensino superior
Ontem o “Prós & Contras” foi dedicado ao ensino superior. O desempenho do actual ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior foi, para mim, uma desilusão.A questão das universidades portuguesas tem de ser olhada, como referiu Adriano Moreira, como uma questão de soberania nacional.
Todos sabemos que em muitas universidades o ensino tem falta de rigor e está desadequado em relação aos problemas da vida activa. A acrescentar a estes problemas, muitos alunos passam uma parte do ano académico a preparar a queima das fitas e a outra parte a curar a ressaca. E gozam de prerrogativas que são um escândalo. Basta recordar que um dirigente associativo pode, praticamente, fazer exame quando quiser. E se chumba uma vez, duas vezes, três vezes numa mesma disciplina, num mesmo ano, acaba sempre por passar por saturação. É como se o professor dissesse: «tenho de passar este “tipo”, se não ele não me larga». E, como, geralmente, tais dirigentes são também dirigentes duma “jota” qualquer de um partido, é desta “massa” que “florescem” os políticos que nos governam. E, ainda por cima, acabam por dar umas aulitas numa universidade privada, o que agrada a esta porque assim dispõe de alguém que lhe trata dos assuntos no Governo.
Se o País não quer que o ensino superior fique descredibilizado e os seus melhores cérebros emigrem, tem de investir a sério nas universidades, exigir rigor na formação e provocar a reestruturação de cursos demasiado desligados das exigências do desenvolvimento do País.
Vivemos um novo paradigma: o ensino tem de preparar os alunos para competir a nível da Europa com outros diplomados, é preciso ligar as universidades ás empresas, através de parcerias, e promover uma estreita relação do ensino/aprendizagem com o desenvolvimento social e económico do País.
Numa sociedade global competitiva, o investimento nas universidades é, sobretudo, uma questão que diz respeito à própria independência nacional.

Não me parece que o ministro que tutela o ensino superior esteja sensibilizado para esta questão. Pareceu-me apenas preocupado em desenvolver a retórica politiqueira que justificava os cortes no financiamento das universidades.
Esperava mais de um ministro que já foi um prestigiado investigador e académico.
Comments:
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Caro Primo de Amarante;
Sbscrevo.
e acrescento...
os alunos universitários preparam-se no secundário.
Com a falta de exigência que há, com as aulas multi-línguas, com alunos que não dominam português, e que impedem que os outros progridam, não vamos lá.
E não, não sou racista nem xenófoba.
Mas entendo que a admissão de alunos estrangeiros deveria obedecer a regras, de um ano ou dois de integraçâo, consoante os casos, e como se faz em outros países da Europa e América, e nunca como se faz aqui, em que se integra o aluno no ano que frequentava no país de origem mesmo que não domine português, quer para comunicar, quer para cumprir com os objectivos que lhe são pedidos.
A juntar a isso, programas obsoletos e longos, que à partida os professores não podem cumprir, e que dão no final do 10º ano uma percentagem elevada de 'primitivos' actuais.
Sabem ler, escrever (por vezes com muitos erros) e contar. Mas não sabem interpretar.
Deixo um abraço alfacinha. :)
Sbscrevo.
e acrescento...
os alunos universitários preparam-se no secundário.
Com a falta de exigência que há, com as aulas multi-línguas, com alunos que não dominam português, e que impedem que os outros progridam, não vamos lá.
E não, não sou racista nem xenófoba.
Mas entendo que a admissão de alunos estrangeiros deveria obedecer a regras, de um ano ou dois de integraçâo, consoante os casos, e como se faz em outros países da Europa e América, e nunca como se faz aqui, em que se integra o aluno no ano que frequentava no país de origem mesmo que não domine português, quer para comunicar, quer para cumprir com os objectivos que lhe são pedidos.
A juntar a isso, programas obsoletos e longos, que à partida os professores não podem cumprir, e que dão no final do 10º ano uma percentagem elevada de 'primitivos' actuais.
Sabem ler, escrever (por vezes com muitos erros) e contar. Mas não sabem interpretar.
Deixo um abraço alfacinha. :)
Há um problema muito complicado no ensino secundário: os professores perderam autoridade profissional, os programas repetem as mesmas coisas com sentidos diferentes em muitas disciplinas e o trabalho de pensar (ou estudar) tornou-se uma forma de castigar alunos com as aulas de substituição por professores que encarceram alunos numa aula durante duas horas sem saberem o que fazer. Esta ministra desconhece o que é uma escola e está rodeada de gente que nunca deu aulas (são os boys do sistema) ou que foram péssimos professores como alguns secretários de estado do seu ministério, como é conhecido.
Suponho que os estudantes estrangeiros estão ao abrigo de programas, como o Erasmus. Não sei se é destes que fala!...
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