domingo, novembro 26, 2006
Faleceu Mário Cesariny

Poeta e pintor. Pertenceu ao grupo surrealista de Lisboa, desempenhando intensa actividade: intervenção em conferências, publicação de folhas volantes colectivas e individuais, organização de antologias (Antologia Surrealista do Cadáver Esquisito, 1961; Surreal/Abjeccionismo, 1963; A Intervenção Surrealista, 1966; 50º Aniversário do Primeiro Manifesto Surrealista, 1974; Horta de Literatura de Cordel, antologia, 1983; etc.) Publica também traduções (Rimbaud, Artaud,

No início da sua vida como escritor e pintor esteve próximo do Neo-Realismo.
A sua poesia é irónica e contestatária das ideologias e dos pensamentos dominantes.
Portugal vai ficando mais pobre. Precisavamos dele para estilhaçar o pensamento de conveniência
Raio de Luz
Burgueses somos nós todos
ou ainda menos.
Burgueses somos nós todos
desde pequenos.
Burgueses somos nós todos
ó literatos.
Burgueses somos nós todos
ratos e gatos
Burgueses somos nós todos
por nossas mãos.
Burgueses somos nós todos
que horror irmãos.
Burgueses somos nós todos
ou ainda menos.
Burgueses somos nós todos
desde pequenos.
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Eu tinha um velho tormento
Eu tinha um sorriso triste
Eu tinha um pressentimento
Tu tinhas os olhos puros
Os teus olhos rasos de água
Como dois mundos futuros
Entre parada e parada
Havia um cão de permeio
No meio ficava a estrada
Depois de tudo se abarcou
Fomos iguais um momento
Esse momento parou
(…)
Manual de Prestidigitação (1956)
Mário Cesariny de Vasconcelos
ln
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Eu tinha um sorriso triste
Eu tinha um pressentimento
Tu tinhas os olhos puros
Os teus olhos rasos de água
Como dois mundos futuros
Entre parada e parada
Havia um cão de permeio
No meio ficava a estrada
Depois de tudo se abarcou
Fomos iguais um momento
Esse momento parou
(…)
Manual de Prestidigitação (1956)
Mário Cesariny de Vasconcelos
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