segunda-feira, outubro 30, 2006

 

Ilusões socráticas ou a arte da retórica.

O Secretário-geral do PS e também Primeiro-ministro, José Sócrates, considera os 97,2% de votos na sua reeleição, um “sinal claro” de apoio ao Governo. E dá a entender que esse resultado poderia não ser alcançado, se os militantes não apoiassem as políticas do seu governo e o partido «não estivesse consciente das suas responsabilidades para com o País».

Não sabemos se José Sócrates está iludido ou recorre a um jogo retórico para iludir os portugueses.

Quem conhece o PS (e a amostra do partido revela-se nas estruturas locais) sabe perfeitamente que, havendo um único candidato a secretário-geral, o resultado eleitoral não podia ser outro. Se houvesse mais do que um candidato, naturalmente uma fatia grande dos eleitores corria para outras candidaturas na esperança de que o método dont lhes desse um lugar ambicionado numa qualquer estrutura da organização do partido. È isso o que vai acontecer com a moção de Helena Roseta e José Leitão no congresso. Terão, à partida, a garantia de cerca de 25% de apoio.

Dizer que «o PS é um partido atento, vivo e mobilizado para a sua intervenção cívica” é um jogo de ilusão retórica que não convence ninguém.


Onde é que o PS tem militantes ou dirigentes locais ou distritais empenhados em causas sociais ou inseridos em movimentos socioprofissionais ou culturais?!...

Haverá naturalmente, excepções, mas eu não as conheço. Os dirigentes locais que conheço vestem bem(estilo grande chefe), são assertivos em tudo o que dizem (mesmo que não saibam do que falam), mas nunca os vi empenhados em nenhuma causa social, a menos que se chame causa social o “jogo aparelhista” de inscrever no partido os amigos e arrebanhá-los para as mesas eleitorais.

Na luta cívica que travei no Marco, contra a prepotência e os desmandos de Avelino Ferreira Torres conheci dirigentes locais do PS que estavam do lado do Avelino e não no lado das causas que defendi. Até fizeram com Avelino um regulamento que impediu a Associação que dirigia de utilizar o auditório municipal e, assim, dificultar o debate sobre questões relativas ao Concelho. Nos sindicatos encontram-se militantes de base dos partidos, mas nunca lá vi dirigentes de estruturas locais.

Os partidos do bloco central são grupos de interesses, sem alma nem convicções. Para quebrar silêncios ou unanimismos, acenem com um lugarzito e verão como os unanimismos desaparecem. É esta a cultura no interior dos partidos. Por isso, um partido, hoje, assemelha-se mais com uma rua de má fama do que com uma bandeira ideológica. Pensar o contrário é puro logro.

Não vale a pena ter ilusões!

O apoio a Sócrates de 97,2% dos militantes do PS representa zero. ZERO!!!!

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