domingo, setembro 24, 2006

 

RUTILÂNCIA














Porque o mundo é mesmo tão imenso
e meu coração tão só um desastrado;
porque imensa é a alma, e o corpo
só um
relato;
porque não estamos aqui para um simples papo,
mas
para morrer
como todos o fazem:
eis que digo a mim mesmo: sê forte;
mas também digo: sê fraco,
pois tudo é rutilância e nós, passantes,
com nossa pressa e gula
para nada.

Mas justo porque o mundo é mesmo imenso
e imensa é a alma,
eis que escrevo e escrevo e escrevo e escrevo.
Por certo, para nada. Sim. Por certo, para nada.

António Brasileiro
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Enviado por Amélia Pais
http://barcosflores.blogspot.com/

Comments:
Gostei particularmente deste poema.
 
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