quarta-feira, setembro 27, 2006

 

Ainda o "Compre-me isso Portugal"

Saúdo com alegria a “Carta aberta à Entidade Reguladora da Comunicação Social” publicada, hoje, no “Público”, a propósito do “Compre-me isso Portugal”.

Finalmente, apareceu um grupo de intelectuais, alguns deles conhecidos académicos, a denunciarem a desmesurada ênfase dada pelos “media” ao “Compromisso Portugal”, ênfase injustificada pelo baixo nível de análise critica produzida por esse fórum.

E essa “Carta” é tanto mais relevante, quanto foi oportuna, surgindo no mesmo dia em que é publicado o relatório sobre competitividade do Fórum Económico Mundial.

Este relatório, noticiado pelo Diário de Notícias de hoje, é contundente: ao contrário do que pregam os arautos da superioridade da iniciativa e da gestão privada, os problemas da economia nacional não estão no Estado, mas na incompetência dos empresários e gestores privados.

Portugal, segundo o referido relatório, desceu do 31.º lugar para o 34.º entre 125 países em análise, fundamentalmente por causa do mau funcionamento das instituições privadas. O relatório refere, inclusivamente, a falta de preparação de gestores e empresários e presta um elogio às instituições públicas, nomeadamente da saúde e da educação.

Afinal, o problema não está no Estado, mas na incompetência dos “gurus” do neoliberalismo.

Naturalmente, deriva da natureza da incompetência não dar conta dessa circunstância e de, sem pudor, pretender arrogar-se no direito de representar a sociedade civil. E é isso que acontece com os “gurus” do neoliberalismo do sector privado reunidos no “conclave do Beato”.

Comments:
Estou de acordo consigo. Algumas dessas personalidades do "Compre-me isso portugal" conhecêmo-las: foram medíocres nas faculdades e só o colarem-se à política é que lhes possibilitou ser o que são hoje. E pior, colaram-se de inicio à esquerda que hoje combatem com o seu neoliberalismo.

Para eles a sociedade é um somatório de individuos e cada um que se desenrasque da forma que achar melhor para a sua vidinha.Este paradigma está a fazer moda.
 
Estou de acordo consigo, Compadre.

Já sei que discordamos neste ponto, mas penso que o drama que actualmente estamos a viver, deve-se ao facto de quem defendia um Estado ao serviço da Nação, e das pessoas (e a Nação é precisamente um conjunto de pessoas que habitam um determinado espaço geográfico, com uma forte identidade cultural), foi obrigado a partir para o Brasil, já lá vão 32 anos.

Restam-nos este neo-liberais que já não têm medo de nada, sem sequer do Estado (ninguém os reprime) que esperam abocanhar, sedentos que estão de chamar a si as funções que (por enquanto) são do Estado. E, ao que consta, por essa Europa fora, os serviços do Estado que foram entregues à iniciativa privada (veja-se a França) viram a respectiva qualidade degradar-se.

Creio mesmo que estamos no "fim da Historia". Avizinham-se negros tempos...
 
Bem vindo, Compadre cabral-Mendes!
Já tinha saudades suas.
 
Compadre, a culpa é do actual turbilhão em que se transformou a nossa vida quotidiana, que pouco espaço nos deixa para respirar...

Um abraço!
 
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