quarta-feira, julho 26, 2006

 



















partir

meus olhos a arrastarem-se pelo chão,
a vida destruída e lenta,
dor a pregar-se no meu corpo.

minha terra revolvida
- tinta do sangue desavisado
dos meus -
pela morte a cair do céu,
pelos pés e mãos armados.

destituída a terra do seu fim,
alimento e sombra a crescerem
sobre ela;
para ter o destino inumano,
esta invenção da guerra:
a carne do homem.

não há mais lágrimas para a dor.
afasto-me absoluto do solo,
deixo para trás meu país.

nunca mais serei eu.

silvia chueire

Comments:
Obrigada. Honra-me estar no seu blog.

Abraço grande,

Silvia
 
A mim,a sua poesia não só me honra como me emociona!
 
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