quinta-feira, julho 27, 2006

 

Medalhas há muitas, meu.…

Anda por aí um vírus que tem contaminado presidentes da república, ministros, autarcas, directores executivos de escolas, etc., etc., É o chamado vírus da medalhação. Todos os que foram infestados por essa praga ficaram com um sintoma: neles nasceu um ímpeto, que pode mais do que eles, para se medalharem uns aos outros, num incontido desejo de ficarem esparrinhados de medalhas… E é preciso ter cuidado, não andar de cabeça curvada, para não ser infestado pelo vírus. Soube, por exemplo, hoje, que libertei-me dessa praga por uma intuição: insistiram para ir a um almoço de finalização do ano lectivo da escola onde trabalhei e que fez recentemente cem anos. Como diz o ditado, quando a esmola é grande o pobre desconfia. Estranhei a insistência e resolvi não ir. Soube agora que me queriam dependurar uma medalha. A mim, que um dia, ao passar à disponibilidade do serviço militar obrigatório, fui despedir-me do meu comandante que me disse: «olhe!... Você merecia um louvor, mas sei que é comunista e não lho posso dar». E eu respondi: «não sou comunista, mas um louvor só me estragava o curriculum».
Ora, se um louvor era grave para o meu currículo, o que seria o apoucamento de uma medalha nesta era da compulsiva medalhação!...

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