quarta-feira, julho 26, 2006

 

Esperava-se uma atitude diferente

Nem tudo o que é legal é justo ou moral. O que serve para avaliar a grandeza de um homem é o que se prende com os seus critérios de justiça ou de moralidade.

Manuel Alegre foi, durante cerca de três meses, director de programas da RDP. Deixou este cargo, do qual já nem se lembrava, para cumprir o mandato de deputado.

Naturalmente, como qualquer cidadão que trabalha, fez os descontos para a segurança social. È certo que tinha o direito de ficar com o vínculo à RDP, mas deixou de trabalhar lá. Passou a fazer os descontos pelo trabalho que desempenhava como deputado. Por mais retórica que Manuel Alegre ou os dirigentes do PS desenvolvam, por mais vitimização que façam, ninguém pode entender que cerca de três meses de trabalho dêem direito a uma pensão de reforma com uma subvenção vitalícia.

Esta espécie de pensão suplementar criada por políticos para beneficiar os próprios pode ser legal, mas não deixa de ser também imoral, injusta e escandalosa. E, num tempo em que tantos sacrifícios são pedidos aos trabalhadores portugueses, é obscena uma reforma com subvenções.

Manuel Alegre pode dizer de si o que quiser, mas avaliar a sua situação de privilégio apenas pelo lado da legalidade, manchará definitivamente a sua imagem.

Esperar-se-ia uma atitude diferente perante privilégios “muito legais”, mas muito obscenos.

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