sexta-feira, abril 21, 2006

 

Um comentário oportuno.

Retratos do trabalho nos blogs

«José Pacheco Pereira ataca mais uma vez quem participa em blogs e produz comentários que não lhe agradam. O maior comentador encartado dos media que temos, parece não suportar de todo quem o afronta e não lhe apara o que escreve, diz ou mostra. E por isso, de vez em quando ajusta contas, por escrito. Esta foi uma delas.Vamos então às contas, a ver se estão certas e verificar afinal quem deve o quê e a quem.

JPP parece não perceber, no escrito que produziu hoje no Público e reproduziu no seu blog, algumas ideias que se podem resumir assim:

1. Os blogs ( ainda) não têm a importância que alguns lhes costumam dar. A prova? A iniciativa pífia acerca da exigência do estudo sobre a OTA e o TGV. Embandeirou em arco, lançou foguetes e foi apanhar as canas, para pouco tempo depois, meter a viola no saco. Outra prova? Secundou uma iniciativa de um outro blog que começa com a letra B, no sentido de perseguir as bruxas feitas familiares e amigos dos que estão no poder, para denunciar publicamente nepotismos duvidosos. Debalde, igualmente. E sem vergonha alguma, também. Só esses dois factos deveriam fazer recolher o ego, fosse a quem fosse, para um recato consentâneo com o estatuto de anódino.

2. Há inúmeros blogs pessoais e intransmissíveis e outros colectivos, muito para além do elenco previsível da meia dúzia, onde pesca informação e opinião e onde vai espreitar. Sim, espreitar, porque só quem espreita para as caixas de comentários pode saber os nomes dos comentadores…citando-os expressamente para os englobar a todos na ignomínia que produziu, insultando-os por junto.

3. Os comentadores anónimos apenas quanto à identidade completa e referenciáveis no uso do pseudónimo que escolhem, são a corrente comum dos blogs e dos sites onde se admitem comentários, em todo o lado, na Net. Por exemplo, nos sites dos jornais, o grau de intervenção de comentadores “anónimos” não difere muito daquele que se observa em alguns blogs.Pelo contrário, nalguns casos, a violência escrita será ainda maior e denotativa de uma indignação popular que muitos tendem a confundir com populismo, que funciona agora na sempiterna novilíngua, no lugar de “fassismo”. Quanto a esse populismo e a essa indignação verbalizada e escrita, não vejo grande diferença entre o que se escreve em comentários de blogs e o que se diz no Fórum da TSF… Assim, a actividade centrada em “dizer mal de tudo e de todos” nem sendo apanágio exclusivo dos comentadores de blogs, ou até mesmo de certos autores de blogs que se encarniçam particularmente, expondo ódios de estimação contra crenças religiosas, clubes, partidos e correntes políticas, também encontra grande e clamoroso eco nos lugares de encontro social, como se reconhece no escrito. Além disso, essa putativa maledicência, nem é assim tão contundente quanto poderia ser. Somos mesmo de brandos costumes, apesar de tudo.Para comprovar, basta uma busca com guia a certos sites na net, de índole política...e estrangeiros.No entanto, por cá, Irá JPP sugerir que se policiem os lugares públicos à cata dos subversivos maledicentes? Não anda muito longe disso e já houve um tempo em que isso assim acontecia.

Finalmente, há maledicência e maledicência. E exemplos de maledicência bem mais grave.Atente-se neste, recente ( de ontem): Alguém, num programa de tv de grande audiência, dizer publicamente que os deputados que temos no Parlamento, na sua maior parte, “são pessoas que nunca, num país civilizado, deveriam ser deputados”!Isto é que é a real thing!Ao pé disto que podem valer umas atoardas acéfalas ou burgessas, proferidas por indivíduos que nem se sabe quem são, numa qualquer caixa de comentários, num blog qualquer?!

Com aquela sentença e duma penada, põe-se em causa todo o sistema de escolha democrática e de organização interna dos partidos! Duma penada, quem proferiu tal tirada, coloca-se naturalmente a si próprio, no patamar superior da inspecção democrática e da sindicância política de todo um sistema!E se por acaso, for alguém que ao longo da vida aproveitou como poucos o fizeram, as virtualidades de tal sistema, como é que o poderíamos definir?!Um Sem-vergonha, digo eu que sou anónimo e não quero ofender muito».

Publicado por josé

in:http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/

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