domingo, abril 30, 2006
1º de Maio – Dia Mundial do Trabalho
A ideia de criar “O Dia Mundial do Trabalhador” surgiu em 1889, num Congresso Socialista (e não, evidentemente, do PS) realizado em Paris. A data foi escolhida em homenagem à greve geral, que aconteceu no dia 1º de Maio de 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época.
Neste dia, milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 15 horas para 8 horas diárias. Manifestações, passeatas, piqueniques e discursos movimentaram a cidade de Chicago, até que a policia interveio para pôr fim aos discursos com uma repressão cruel: foram feitas prisões, houve feridos e mortos nos confrontos entre os operários e a polícia. E, para servir de “aviso” aos trabalhadores, os governantes de Chicago decidiram condenar à forca os principais lideres desse movimento: Parsons, Engel, Spies, Fischer e Lingg.
O massacre ao movimento grevista de Chicago passou a simbolizar a luta pelo direito ao trabalho e contra a exploração e as injustiças sociais. E o 1º de Maio tornou-se num dia de luta de todos os trabalhadores por um mundo mais justo e mais humano. Em muitos regimes ditatoriais, este dia ficou marcado por uma repressão cruel e mesmo com mortos. Assim aconteceu, entre nós, durante o fascismo.
Com o 25 de Abril, o 1º de Maio tornou-se num segundo 25 de Abril. Mas, a festa que o 1º de Maio significava de Abril vai dando lugar á necessidade de a tornar em jornada de luta.
A nova revolução tecnológica não está a ser acompanhada de medidas que, possibilitando reconversões profissionais, evitem o crescente desemprego. Por outro lado, a globalização dos mercados vai promovendo a deslocação de empresas e a falência de muitas outras que não podem concorrer com os produtos que chegam dos mercados do oriente. Regressaram as jornadas longas com salários baixos e a nova ordem neo-liberal pretende acabar com a função social da empresa, promovendo a flexibilização das leis laborais e, numa lógica de “usar e deitar fora” muitas empresas descartam-se dos seus trabalhadores sem respeitarem os direitos que os mesmos adquiriram.
Até o que resultou dos impostos que nos foram cobrados para nos dar direito a uma velhice digna já estão postos em causa. A reforma, sobretudo da Função Pública, vai sendo protelada e a esperança de um mundo melhor vai-se desvanecendo, revelando impiedosamente a face cruel de um darwinismo social, que torna os ricos cada vez mais ricos e em menor número e os pobres cada vez mais pobres e em maior número.
Na Ásia, haverá cerca de 146 milhões de crianças a produzir nas fábricas os produtos que concorrem a baixo preço com os produzidos pelos nossos trabalhadores, provocando o encerramento das nossas empresas. Para além desta exploração laboral, segundo as Nações Unidas, em cada ano que passa, mais de um milhão de crianças são lançadas no comércio sexual. Os direitos humanos parecem não contar na lógica do lucro.
Tornou-se pequena a distância que nos separa da infância do capitalismo.
Mártires de Chicago:
Parsons, Engel, Spies e Fischer foram enforcados.
Lingg (ao centro) suicidou-se antes de ser enforcado.
Spies, antes de ser enforcado declarou:
"Se com o nosso enforcamento vocês pensam em destruir o movimento operário - este movimento de milhões de seres humilhados, que sofrem na pobreza e na miséria, esperam a redenção – se esta é sua opinião, enforquem-nos. Aqui terão apagado uma faísca, mas lá e acolá, atrás e na frente de vocês, em todas as partes, as chamas crescerão. É um fogo subterrâneo e vocês não poderão apagá-lo!"
Parsons, também tomou a palavra para dizer:
"Arrebenta a tua necessidade e o teu medo de ser escravo, o pão é a liberdade, a liberdade é o pão". Fez um relato da ação dos trabalhadores, desmascarando a farsa dos patrões com minúcias e falou de seus ideais:
"A propriedade das máquinas como privilégio de uns poucos é o que combatemos, o monopólio das mesmas, eis aquilo contra o que lutamos. Nós desejamos que todas as forças da natureza, que todas as forças sociais, que essa força gigantesca, produto do trabalho e da inteligência das gerações passadas, sejam postas à disposição do homem, submetidas ao homem para sempre. Este e não outro é o objetivo do socialismo".
Em memória da luta dos mártires de Chicago, das reivindicações dos trabalhadores que vão produzindo a riqueza que poderia tornar as sociedades mais justas, contra uma nova escravatura, vamos manifestar-nos neste dia 1º de Maio pelo direito ao Trabalho e a um mundo mais HUMANO e, por isso, mais JUSTO.
Neste dia, milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 15 horas para 8 horas diárias. Manifestações, passeatas, piqueniques e discursos movimentaram a cidade de Chicago, até que a policia interveio para pôr fim aos discursos com uma repressão cruel: foram feitas prisões, houve feridos e mortos nos confrontos entre os operários e a polícia. E, para servir de “aviso” aos trabalhadores, os governantes de Chicago decidiram condenar à forca os principais lideres desse movimento: Parsons, Engel, Spies, Fischer e Lingg.
O massacre ao movimento grevista de Chicago passou a simbolizar a luta pelo direito ao trabalho e contra a exploração e as injustiças sociais. E o 1º de Maio tornou-se num dia de luta de todos os trabalhadores por um mundo mais justo e mais humano. Em muitos regimes ditatoriais, este dia ficou marcado por uma repressão cruel e mesmo com mortos. Assim aconteceu, entre nós, durante o fascismo.
Com o 25 de Abril, o 1º de Maio tornou-se num segundo 25 de Abril. Mas, a festa que o 1º de Maio significava de Abril vai dando lugar á necessidade de a tornar em jornada de luta.
A nova revolução tecnológica não está a ser acompanhada de medidas que, possibilitando reconversões profissionais, evitem o crescente desemprego. Por outro lado, a globalização dos mercados vai promovendo a deslocação de empresas e a falência de muitas outras que não podem concorrer com os produtos que chegam dos mercados do oriente. Regressaram as jornadas longas com salários baixos e a nova ordem neo-liberal pretende acabar com a função social da empresa, promovendo a flexibilização das leis laborais e, numa lógica de “usar e deitar fora” muitas empresas descartam-se dos seus trabalhadores sem respeitarem os direitos que os mesmos adquiriram.
Até o que resultou dos impostos que nos foram cobrados para nos dar direito a uma velhice digna já estão postos em causa. A reforma, sobretudo da Função Pública, vai sendo protelada e a esperança de um mundo melhor vai-se desvanecendo, revelando impiedosamente a face cruel de um darwinismo social, que torna os ricos cada vez mais ricos e em menor número e os pobres cada vez mais pobres e em maior número.
Na Ásia, haverá cerca de 146 milhões de crianças a produzir nas fábricas os produtos que concorrem a baixo preço com os produzidos pelos nossos trabalhadores, provocando o encerramento das nossas empresas. Para além desta exploração laboral, segundo as Nações Unidas, em cada ano que passa, mais de um milhão de crianças são lançadas no comércio sexual. Os direitos humanos parecem não contar na lógica do lucro.
Tornou-se pequena a distância que nos separa da infância do capitalismo.
Mártires de Chicago:
Parsons, Engel, Spies e Fischer foram enforcados.
Lingg (ao centro) suicidou-se antes de ser enforcado.
Spies, antes de ser enforcado declarou:
"Se com o nosso enforcamento vocês pensam em destruir o movimento operário - este movimento de milhões de seres humilhados, que sofrem na pobreza e na miséria, esperam a redenção – se esta é sua opinião, enforquem-nos. Aqui terão apagado uma faísca, mas lá e acolá, atrás e na frente de vocês, em todas as partes, as chamas crescerão. É um fogo subterrâneo e vocês não poderão apagá-lo!"
Parsons, também tomou a palavra para dizer:
"Arrebenta a tua necessidade e o teu medo de ser escravo, o pão é a liberdade, a liberdade é o pão". Fez um relato da ação dos trabalhadores, desmascarando a farsa dos patrões com minúcias e falou de seus ideais:
"A propriedade das máquinas como privilégio de uns poucos é o que combatemos, o monopólio das mesmas, eis aquilo contra o que lutamos. Nós desejamos que todas as forças da natureza, que todas as forças sociais, que essa força gigantesca, produto do trabalho e da inteligência das gerações passadas, sejam postas à disposição do homem, submetidas ao homem para sempre. Este e não outro é o objetivo do socialismo".
Em memória da luta dos mártires de Chicago, das reivindicações dos trabalhadores que vão produzindo a riqueza que poderia tornar as sociedades mais justas, contra uma nova escravatura, vamos manifestar-nos neste dia 1º de Maio pelo direito ao Trabalho e a um mundo mais HUMANO e, por isso, mais JUSTO.