quinta-feira, março 30, 2006

 

Racionalização à esquerda ou à direita?!...

Hoje, o Governo anunciou a extinção de 187 organismos (61 da administração central, 87 da administração central desconcentrada e 34 organismos consultivos). Ninguém sabe para onde vão os “supra-numerários” que nesta extinção se cifram em cerca de 90 mil postos de trabalho.

Um dos lemas do PSD e do CDS/PP foi “Estado mais eficaz/ melhor Estado”. O PS acabou de esvaziar esse lema. Logo, a simplificação e modernização administrativa não são de esquerda ou de direita, mas um sinal dos tempos. E muito menos, como já se quer afirmar, requisitos de um bom governo.

A racionalização dos serviços públicos, a eficiência administrativa e a inovação tecnológica são apenas meios para conseguir colocar o Estado a funcionar bem. Mas não basta funcionar bem para que o governo do Estado se torne num bom-governo. Um bom-governo para além de funcionar bem, tem de servir o bem-comum; isto é, diminuir o sofrimento dos que mais sofrem.

Um bom-governo não maximiza a felicidade dos que vão sendo cada vez menos e em número cada vez menor e descarta-se dos que mais sofrem e são em número cada vez maior.

Não sabemos quais são as consequências da aplicação do instrumento, agora anunciado, de racionalização de serviços, inovação tecnologica e modernização da administração pública.

Não se harmonizará com a ideia de bom-governo e muito menos com a ideia de esquerda, se provocar mais sofrimento aos que mais sofrem.

Ainda não sabemos se a modernização e racionalização do Estado vai configurar um bom-governo e, por isso, temos dúvidas se aproveitará a uma ideia de direita ou a uma ideia de esquerda.

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