domingo, março 26, 2006

 

Hoje é dia mundial do TEATRO. Desculapa lá, Garrett!


No dia 27 de Março comemora-se o Dia Mundial do Teatro. O Teatro nasceu da imitação festiva. O homem primitivo comunicava os seus estados emocionais de felicidade ou de sofrimento imitando movimentos da natureza ou de espíritos que julgava harmonizarem-se com esse estado. Assim nasceu o rito religioso, fúnebre, festivo ou de guerra e se representou a luta do homem contra o destino, as forças da natureza, o sexo e a vingança.

Os primeiros festivais de teatro surgiram na Grécia antiga. Constituíam representações festivas em louvor ao deus do vinho, Dionísio. A cada nova safra de uva, era realizada uma festa em agradecimento ao deus. As representações aconteciam ao ar livre, em grandes recintos com excelente acústica, devido à construção das bancadas em torno de colinas e aos diversos artifícios usados em cena. Mesmo grandes multidões ouviam nitidamente os diálogos.

Com a expansão do Império Romano, o teatro espalhou-se por todo o mundo. Para além do drama que representava tragédias, surgiu a comédia, com a critica social.

Gabriel d"Annunzio, autor dramático italiano de reconhecido talento, tinha como lema "Io ho ovel che o donato" [só tenho aquilo que dei ]. Quem faz teatro compreende bem esta frase: o que resta a quem faz teatro, aquilo com que fica para si depois de um espectáculo é aquilo que os espectadores receberam. E é isso que divide o bárbaro (que vive só para si e tem os outros como estranhos) e o civilizado (o que sabe ser solidário e reconhece que a sua realização depende da forma como é útil aos outros).
Talvez, por isso, Garrett tenha afirmado: “o teatro é um excelente meio de civilização, mas não prospera onde não a há”.

Se tivermos presente que os professores com formação artística não têm lugar na escola e o ensino secundário não tem uma disciplina de educação estética, compreendemos a desumanidade do nosso tempo, do mundo em que vivemos.
No dia Mundial do Teatro queremos, por isso, homenagear Garrett. Dizer-lhe que não o esquecemos e pedir-lhe desculpa por estar a ser tão mal tratado pelo teatro que temos e pela forma como está a ser tratada a sua casa, a casa onde viveu os últimos anos da sua vida. Garrett não merecia que um ministro de Portugal fosse demolir a sua casa e que a Câmara Municipal de Lisboa aceitasse essa demolição.
Desculpa lá, Garrettt!

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