domingo, janeiro 15, 2006

 

Verónica Michelle Bachelet foi, hoje, eleita presidente do Chile.

O novo presidente do Chile é uma mulher, socialista, agnóstica e mãe de três filhos. Encabeçou uma coligação de socialistas, radicais e democratas cristãos, designada Concertação Democrática.

Sobre o seu curriculo, refere o “Diário Digital”:

«Nascida em 29 de Setembro de 1951 em Santiago, Verónica Michelle percorre todo o Chile durante a sua infância, ao sabor das colocações do seu pai, piloto militar. Em 1970, inicia estudos de medicina e adere à Juventude Socialista.

Em 11 de Setembro de 1973, data do golpe de Estado de Augusto Pinochet, o seu pai, um general da Força Aérea muito próximo do presidente socialista Salvador Allende, é preso, morrendo seis meses depois, torturado pelos seus pares.

Michelle prossegue os estudos, enquanto ajuda secretamente pessoas perseguidas pelo regime. Contudo, em 10 de Janeiro de 1975, a sua mãe e ela são presas pelos serviços secretos e conduzidas à Villa Grimaldi, centro de tortura da ditadura.


«A tortura é terrível, sobretudo do ponto de vista psicológico, porque nos humilha», afirma, acerca deste período.

Libertadas em finais de Janeiro, mãe e filha exilam-se na Austrália e, depois, na antiga RDA, onde Michelle prossegue os estudos.

Em 1979, jovem mãe de Sebastian, nascido um ano antes, regressa ao Chile, onde obtém em 1982 o seu diploma de cirurgia, mas vê fecharem-se-lhe as portas do sistema público de saúde «por razões políticas».

Graças a uma bolsa, especializa-se em pediatria e saúde pública. A sua filha Francesca nasce em 1984. Paralelamente, Michelle trabalha para uma ONG que apoia os filhos de vítimas da ditadura.

Depois da transição democrática (1990), empenha-se a fundo como médica do serviço público, membro da Comissão Nacional da SIDA e consultora da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Considerando que o Partido Socialista, onde milita, conhece mal o papel do exército, estuda estratégia militar em Santiago e, depois, defesa continental em Washington.


Em 2000, o presidente Lagos confia-lhe o Ministério da Saúde e uma grande reforma do sector. Em 2002, é a primeira mulher ministra da Defesa da América Latina e, no 30º aniversário do golpe de Pinochet, defende uma reconciliação histórica entre civis e militares.

É nesta altura que a sua popularidade entra em crescendo.

O advogado Andres Chellew, filho de um oficial de Marinha próximo do regime de Pinochet, é um defensor fervoroso de Michelle desde que a conheceu, em 2001.

Para ele, o êxito de Michelle Bachelet nada tem de misterioso e a sua eleição marca o fim de um domínio de 40 anos da mesma oligarquia política e económica.

«Michelle sintetiza muitas coisas: representa a classe média, o reencontro do Chile com o seu exército, com ela abre-se um novo capítulo da história chilena. O país vai mudar muito em quatro anos, mesmo que alguns não o queiram», garante.»

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