segunda-feira, janeiro 09, 2006

 

Um aviso á navegação

Esta tarde, numa visita aos estaleiros da Lisnave, um operário, em discurso directo e perante as Câmaras das televisões, virou-se para Mário Soares e disse: «o sr.dr. é responsável pelos anos de fome que passamos, aqui, no Distrito. Desculpe que lhe diga, o seu governo foi igual ao do dr. Cavaco».

Mário Soares, depois de trocar algumas palavras com o operário, virou-se para os jornalistas e afirmou: «Agora estamos em campanha, é outra coisa, eu não vos falo directamente, fala ele», apontando para o seu assessor de imprensa.

A declaração de Mário Soares foi entendida como afirmação de «blackout». Em nome do Candidato, os assessores explicaram, posteriormente, que Mário Soares pretendeu apenas «disciplinar os contactos com os jornalistas».

Não imagino que efeitos na opinião pública surtiam ser por conferências de imprensa o contacto de Mário Soares com os jornalistas, mas gostava de poder avaliar…

Naturalmente, as declarações do operário, transmitidas pelas televisões, não ajudam a promover o candidato e, por isso, compreende-se a irritação de Mário Soares. Mas, como é público e notório, parece que, no nosso sistema partidário, só pode ambicionar ser presidente da República (e como ambicionam!...) quem já foi “chefe” de partido e primeiro-ministro.

Sendo assim, é bom que lhes seja avivada a memória da sua governação para que se convençam que fazer campanha não é só ter lábia para dar espectáculo. O povo é sereno, mas há sempre quem tenha memória.

A memória é a nossa raiz e são as raízes que não nos deixam andar ao sabor do vento ou dos espectáculos.

Ora, aqui está um bom aviso para a governação! É, até, o mais positivo desta campanha.

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